(Reuters) – A sugestão do presidente russo, Vladimir Putin, de um cessar-fogo na Ucrânia para interromper a guerra foi rejeitada pelos Estados Unidos após contatos entre intermediários, disseram à Reuters três fontes russas com conhecimento das discussões.
O fracasso da abordagem de Putin inaugura o terceiro ano do conflito mais mortal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e ilustra a distância que separa as duas maiores potências nucleares do mundo.
Uma fonte dos EUA negou que tenha havido qualquer contato oficial e disse que Washington não se envolveria em negociações que não envolvessem a Ucrânia.
Putin enviou sinais a Washington em 2023, em público e em particular, por meio de intermediários, incluindo os parceiros árabes de Moscou no Oriente Médio e outros, de que estava pronto para considerar um cessar-fogo na Ucrânia, disseram as fontes russas.
Putin estava propondo congelar o conflito nas linhas atuais e não estava disposto a ceder nenhum território ucraniano controlado pela Rússia, mas o sinal oferecia o que alguns no Kremlin viam como o melhor caminho para algum tipo de paz.
“Os contatos com os americanos não deram em nada”, disse à Reuters uma fonte sênior russa com conhecimento das discussões no final de 2023 e início de 2024, sob condição de anonimato, devido à sensibilidade da situação.
Uma segunda fonte russa com conhecimento dos contatos disse à Reuters que os americanos disseram a Moscou, por meio de intermediários, que não discutiriam um possível cessar-fogo sem a participação da Ucrânia e, portanto, os contatos fracassaram.
Uma terceira fonte com conhecimento das discussões disse: “Tudo foi por água abaixo com os americanos”. A fonte disse que os americanos não queriam pressionar a Ucrânia.
A extensão dos contatos — e seu fracasso — não foi relatada anteriormente.
Isso ocorre no momento em que o presidente dos EUA, Joe Biden, há meses pressiona o Congresso a aprovar mais ajuda para a Ucrânia, mas enfrenta a oposição de aliados do líder da indicação presidencial republicana , Donald Trump.
O Kremlin, a Casa Branca, o Departamento de Estado dos EUA e a Agência Central de Inteligência (CIA) não quiseram comentar.