Dados são de primeiro relatório sobre tema compilado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC); corrupção teve “aumento substancial” nos últimos 20 anos; documento diz que Brasil contribuiu com práticas contra crime adotadas para Copa do Mundo de Futebol e Olimpíadas.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, UNODC, cerca de US$ 1,7 trilhão circulam no mercado de apostas ilegal por ano.
A informação foi divulgada no primeiro Relatório Global sobre Corrupção no Esporte e pede uma resposta urgente, unificada e internacional para combater a negligência e a fraude em todo o setor.
UNODC avalia que a globalização, grande fluxo de dinheiro, crescimento das apostas esportivas legais e avanços tecnológicos estão fazendo com que mercado seja mais atraente para redes criminosas
Causas
De acordo com o relatório, a definição de apostas ilegais e seus limites jurídicos impõe contradições. Por isso, o Unodc destaca especialmente casos em que os operadores registrados fazem transações com países em que a prática não é permitida e, no caso mais grave, em que todo o processo não respeita normas legais.
O UNODC avalia que a globalização, o grande fluxo de dinheiro, o crescimento das apostas esportivas legais e avanços tecnológicos estão fazendo com que o mercado seja mais atraente para redes criminosas.
Além das apostas ilegais, o documento também analisa a manipulação de resultado de competições, abusos, suscetibilidade de grandes eventos esportivos a fraudadores e o envolvimento do crime organizado.
Brasil
O relatório destaca iniciativas implementadas para conter o problema e inclui um manual com considerações de políticas concretas, tanto para governos como para organizações esportivas.
Para isso, a Secretaria da Conferência do Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção recebeu informações sobre iniciativas e práticas para lidar com a corrupção no esporte de diversos países. Também há dados de outras fontes, como revistas acadêmicas, estudos e artigos.
Diversos países de língua portuguesa foram citados pela implementação de códigos de conduta e ética no setor. O Brasil, que recebeu dois eventos esportivos internacionais, a Copa do Mundo de Futebol no Brasil, em 2014, e dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, também é mencionado.
Segundo o relatório, o país adotou legislações para lidar com risco de corrupção em aquisições e governança corporativa.
Também foram feitas ações para fortalecer o acesso público a informação e conter o crime organizado, aumentando as penalidades para obstrução da justiça e outras sanções criminais contra indivíduos que lideram ou financiar organizações criminosas.
Corrupção
De acordo com a agência da ONU, o estudo revela uma “escala, manifestação e complexidade assombrosas da corrupção e do crime organizado no esporte em níveis global, regional e nacional”.
Desenvolvido em parceria com quase 200 especialistas no mundo, organizações esportivas, setor privado e academia, o relatório é a análise mais aprofundada já publicada sobre o assunto.
O texto também observa que a corrupção no esporte não é um fenômeno novo, existindo desde os antigos Jogos Olímpicos. No entanto, os resultados apontam para um “aumento substancial” nas últimas duas décadas.
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