A Operação conta com três aeronaves: um helicóptero HM-1 Pantera do Exército Brasileiro, um H-36 Caracal da Força Aérea Brasileira e um AW-119 Koala da Polícia Rodoviária Federal
Agência Força Aérea, por Tenente Mônica Lopes E Tenente Wanessa Liz
Com o objetivo de cooperar com o Ministério da Defesa (MD) na proteção dos recursos naturais e na assistência humanitária aos povos indígenas, a Operação Integração I, realizada no âmbito da Operação Catrimani II, em colaboração com órgãos de segurança pública e sob a coordenação da Casa de Governo no Estado de Roraima, desmantelou infraestruturas associadas à mineração ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY). A operação envolveu um esforço máximo de mobilização de aeronaves e pessoal, assegurando uma resposta eficaz e coordenada às necessidades operacionais. A Operação Integração I teve início na manhã de 11 de agosto, na região de Waikás (RR), situada a cerca de 300 km de Boa Vista (RR).
Participaram da Operação três aeronaves: um helicóptero HM-1 Pantera do Exército Brasileiro (EB), um H-36 Caracal da Força Aérea Brasileira (FAB) e um AW-119 Koala da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Além das aeronaves, estiveram envolvidos 14 militares da 1ª Brigada de Infantaria de Selva (1ª Bda Inf Sl), cinco militares da Força Nacional de Segurança Pública e quatro agentes da PRF.
No primeiro dia da Operação, foram inutilizadas 13,8 toneladas de cassiterita e 350 litros de combustível, além da destruição de 11 motores, incluindo geradores, motores de sucção e bombas d’água. Uma antena para acesso à internet foi apreendida, e nove barracas usadas na TIY foram destruídas, entre outras apreensões. O valor total estimado do material destruído ultrapassa 800 mil reais, representando um prejuízo significativo para o garimpo ilegal.
Com o uso de equipamentos de Night Vision Goggles (NVG), um dispositivo de visão noturna que permite a visualização em condições de quase total escuridão, e o deslocamento de uma aeronave militar durante a noite, a Operação conseguiu avançar nas horas noturnas, prolongando a permanência das tropas do Exército Brasileiro e da Força Nacional de Segurança Pública na ação. Essa tecnologia possibilitou a realização de operações noturnas em ambiente de selva, aumentando o alcance e a eficácia das ações, mesmo em condições de baixa visibilidade.
No dia seguinte, ao amanhecer, a Força-Tarefa, composta por nove militares da 1ª Brigada de Infantaria de Selva e quatro da Força Nacional de Segurança Pública, deu continuidade à Operação, visando novos alvos na TIY. Durante essa fase, foram destruídos oito motores, seis barracas e 300 quilos adicionais de cassiterita. A continuidade das operações manteve a pressão sobre o garimpo ilegal, desmantelando sistematicamente essas atividades na região.
A Operação Integração I comprovou a eficácia de uma ação interagências coordenada no combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. O emprego de tecnologias avançadas, o envolvimento de tropas, agências e aviação militar em operações noturnas, a continuidade das ações e a integração das Forças Armadas com órgãos de segurança pública, sob a coordenação da Casa de Governo em Roraima, foram fatores cruciais para alcançar resultados expressivos, reafirmando o compromisso do Estado na proteção das comunidades indígenas e do meio ambiente.
COMANDO CONJUNTO CATRIMANI II
A Operação CATRIMANI II é uma ação conjunta entre órgãos de Segurança Pública, Agências e Forças Armadas, em coordenação com a Casa de Governo de Roraima, no emprego, temporário e episódico, de meios na Terra Indígena Yanomami, em cumprimento à Portaria GM-MD N° 1511, de 26 de março de 2024, que visa agir de modo preventivo e repressivo contra o garimpo ilegal, os ilícitos transfronteiriços e os crimes ambientais.
Fotos: Operação Catrimani II