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Task Force Brazil – Thomas Shannon – Bolsonaro ataca as Urnas para questionar o Resultado da Eleição

Nota DefesaNet

Thomas A. Shannon, desde o bunker do Dialogo Interamericano (The Dialogue), coordena a Task Force Brazil. Organização informal onde o objetivo claro e declarado é depor o Governo de Jair Bolsonaro.

Ao se aposentar Shannon, influente no Departamento de Estado, e agindo sempre no interesse do Partido Democrata, assumiu a vice-presidência do Diálogo Interamericano.      

No início de 2020 Fernando Henrique Cardoso, também membro do Diálogo Interamericano, apostava que as ações legislativas e os bloqueios, ameaças e ações judiciais conduzidas pelos seus operadores no STF, bastariam para derrubar o governo de Jair Bolsonaro.

O alvo tornou-se mais resistente que o previsto.

No dia 02JAN2021, DefesaNet publicou o artigo de Shannon: “A delicada verdade sobre uma velha parceria”,  que tinha saído na Revista Crusoé.  

A Nota de DefesaNet que abria o artigo é republicada aqui:

“O agressivo artigo do ex-embaixador americano no Brasil Thomas Shannon, e influente, mesmo aposentado, do Departamento de Estado e ligado umbilicalmente ao Partido Democrata publicado na Revista Crusoé marca o início de um ciclo..

DefesaNet considera como o início da Task Force Brazil (Força Tarefa Brasil – TFBR), ou a formação do grupo de intervenção e desestabilização do Governo Brasileiro, independente de ser Jair Bolsonaro ou não o Presidente, e do Brasil como Nação.. A TFBR já tinha o ex-ministro Sergio Moro, como agente desestabilizador e interventor agindo para os Departamentos da Justiça e do Tesouro (possivelmente incluindo a área de  inteligência). A lista membros da Task Force Brazil  é ampla e inclui vários nomes ativos na política, imprensa e judiciário nacional.

Também o eterno interventor, o ex-presidente FHC.“

Agora, em 24JUL2022, no mesmo dia, dois jornais publicam entrevista com Thomas A. Shannon. Ambos jornais omitem a ligação de Shannon com o Dialogo Interamericano.

Nas entrevistas fica claro, que Shannon assume o comando do oficialmente da Task Force Brazil. O objetivo permanece o mesmo?

Leia as matérias

O Globo – Thomas Shannon – Bolsonaro ataca as Urnas para questionar  o Resultado da Eleição   

FSP – Thomas Shannon – Bolsonaro estudou Trump e parece preparar caminho para questionar eleições

 

Após estas entrevistas fica mais clara as notas das Embaixadas Americana e do Reino Unido.

As notas das embaixadas serão analisadas posteriormente.

O Editor

Janaína Figuereido

O Globo

24 Julho 2022

 

Poucos diplomatas americanos conhecem tão bem o Brasil como Thomas Shannon, que, quase dez anos após ter deixado a embaixada em Brasília, está informado sobre a política do país como se continuasse no comando da sede diplomática.

Em entrevista ao O GLOBO, a primeira da série Giro Internacional, com análises de grandes nomes do exterior, o ex-subsecretário do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado expressou preocupação pelos ataques do presidente Jair Bolsonaro às urnas eletrônicas e a ministros de Cortes superiores e saiu em defesa do processo eleitoral brasileiro “guiou o país pacificamente nas últimas décadas”, ressaltou.

Ao analisar o encontro entre Joe Biden e Bolsonaro,ele,que se aposentou há quatro anos dacarreira diplomática, diz que areunião é um sinal de que os EUA querem uma relação “produtiva”, mas sem demonstrar preferências eleitorais.

 

Qual é a importância da eleição brasileira para a região, incluído os Estados Unidos?

Todas as eleições, quando são realizadas adequadamente, são uma expressão do desejo popular. Não cabe aos Estados Unidos, ou a nenhum outro país, determinar qual deveria ser esse desejo popular. Isso depende dos brasileiros. O importante não é tanto o resultado da eleição,mas como será conduzida, percebida e entendida no Brasil. O Brasil tem uma trajetória democrática destacada, desde sua redemocratização, nos anos 80. As instituições demonstraram grande resiliência, e também uma capacidade de se adaptar a mudanças de circunstâncias políticas. Isso deve ser parabenizado. Mas, realmente, pela primeira vez o Brasil enfrenta questionamentos sobre a integridade de seu sistema eleitoral, e eles estão sendo apontados pelo atual governo. Para mim,isso pode ter apenas um propósito.

Qual seria esse propósito?

Questionar o resultado da eleição.

Isso preocupa a comunidade internacional?

Claro que sim. Porque a verdade de tudo isso é que o sistema eleitoral brasileiro tem funcionado bem ao longo do tempo. Porser um sistema nacional, e por ser eletrônico, os resultados são divulgados com rapidez, e isso é importante para uma democracia.

Questionar o sistema eleitoral é um erro. Quando falamos sobre a importância da eleição para a região e o mundo, as pessoas vão observar se o que começou nos Estados Unidos, em 6 de janeiro (de 2021) vai continuar. (Apoiadores de Donald Trump, então presidente, invadiram o Capitólio, em uma tentativa fracassada de reverter a derrota dele na eleição. O caso está sendo investigado no Congresso americano)

O senhor faz um paralelismo entre ambas as eleições?

Sim, correto.

Algo parecido ao que aconteceu nos EUA poderia ocorrer no Brasil?

Acho que sim, e acredito que o presidente Bolsonaro e pessoas que estão ao redor dele estudaram os resultados de 6 de janeiro em detalhe, para determinar por que Trump falhou (no plano de desconhecer o resultado da eleição). Eduardo Bolsonaro estava aqui (nos EUA, na ocasião) e continua em contato com Trump e pessoas próximas a ele. Não posso dizer mais do que isso. A eleição brasileira é importante para o mundo, e acredito que a estabilidade política brasileira dependerá dela.

Em recente encontro com embaixadores estrangeiros, em Brasília,o presidente Jair Bolsonaro atacou novamente o sistema eleitoral e representantes do Poder Judiciário.

Os EUA observam faz tempo e com grande interesse e atenção o desenvolvimento do sistema eleitoral brasileiro. É um sistema que guiou o Brasil pacificamente ao longo das últimas quatro décadas, e ganhou o respeito da comunidade internacional. É um grave erro questionar este sistema com propósitos políticos.

Os presidentes Joe Biden e Jair Bolsonaro se encontraram na Cúpula das Américas, em junho passado, em Los Angeles. Como o senhor avalia esse encontro?

Acho que foi importante que tenham se encontrado pela primeira vez. Os dois países são muito próximos e muito importantes mutuamente para permitir-se que não exista engajamento entre seus Executivos. Foi um claro sinaldeque a administração de Biden quer ter uma relação produtiva com o Brasil, independentemente do resultado. Os EUA querem evitar ser uma questão na eleição, não querem aparecer mostrando qualquer tipo de preferência.

Existe expectativa nos EUA sobre a eleição brasileira?

A invasão da Ucrânia por parte da Rússia ocupa muito espaço, assim como questões econômicas e políticas internas, entre elas a inflação. Mas para quem conhece a América Latina e está familiarizado com o Brasil, sim, é uma grande questão.

Não tanto em função de quem ganhe ou quem perca, mas pelo fato de que deve ser aceita comouma eleição legítima. Essa é a questão.

O senhor foi embaixador no Brasil. Alguma vez imaginou uma eleição desafiadora como a que o país está vivendo, em termos de democracia?

Em termos do sistema eleitoral, não. Mas estive no Brasil no início das manifestações(de 2013), e era evidente que as transformações sociais e econômicas que haviam acontecido foram tão rápidas, que o sistema político não tinha tido tempo de se adaptar.

Eu sabia que a democracia brasileira deveria mudar,como uma cobra que muda de pele, para adaptar-se às mudanças sociais e econômicas. Nunca tive dúvidas de que o Brasil encontraria uma solução democrática para estes desafios,eainda acredito que as instituições do Brasil são fortes. 

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Fica surpreso ao ver a identificação de brasileiros com a direita e a extrema direita, como mostraram recentes pesquisas?

Não. Primeiro, porque o Brasil é realmente uma sociedade conservadora. Pode não parecer ser se você está no carnaval, no Rio. Mas é uma sociedade conservadora, especialmente em matéria de valores sociais e culturais.

Segundo, voltando às transformações sociais e econômicas, o Brasil criou, nas Presidências de Fernando Henrique Cardoso e Lula, uma classe média que chegou a ser quase a metade do país. Mas são pessoas que atribuem seu sucesso econômico a seu próprio trabalho, e tendem a ser muito conservadoras, especialmente quando observam um governo que aplica impostos elevados, mas não conseguiu lidar com a corrupção e teve dificuldades para entregar.

Outra questão é o impacto dos evangélicos, sobretudo nas periferias. As igrejas evangélicas injetaram e reforçaram um conservadorismo na sociedade, que se traduz politicamente. A questão aqui não é esquerda ou direita, a política dos países muda com o tempo. A questão é a resiliência das instituições que devem lidar com uma sociedade que está mudando dramaticamente.

Tratando de conceitos detalhados por dois cientistas políticos, Larry Diamond fala sobre recessão democrática, e Steven Levitsky, sobre como as democracias morrem. Essas visões são muito dramáticas?

Minha opinião é de que eles têm uma visão da democracia que considero superada. Sociedades mudam, e mudanças políticas sempre acontecem depois de mudanças sociais e econômicas. Sempre existe resistência no sistema político para mudar. Acho que nos EUA, por exemplo, se você observar a última eleição, votaram mais pessoas do que em qualquer outra eleição desde 1900. Tememos por nossa democracia, mas, ao mesmo tempo, podemos estar à beira de uma mudança maior, e de uma democratização maior de nossa sociedade. Não significa que não estejamos enfrentando tempos difíceis.

Mas acho que, em muitos sentidos,obem-estar da democracia dependerá da efetividade dos governos.

 

O que o senhor espera em relação ao Brasil, após a eleição?

Meu desejo é que esta eleição seja vista como livre, justa e válida, e que o resultado seja aceito por todos os brasileiros. Espero que o novo governo possa enfrentar os verdadeiros desafios que o Brasil enfrenta, como reconstruir sua economia e seu papel no mundo. Vou contar uma história, de quando Lula veio a Washington, após ter sido eleito,mas antes de assumir.

O presidente era George W. Bush. A praxe era de que presidentes eleitos fossem recebidos pelo Assessor Nacional de Segurança. Lula foi convidado por Condolezza Rice, mas Bush decidiu quebrar o protocolo e o convidou para um encontro no Salão Oval. Lula entrou Usando um pin do PT sem sua camisa, uma estrela vermelha. Bush apontou para aestrela e perguntou o que era.

Lula disse que era o símbolo de seu partido, e Bush respondeu que quando era candidato usava um elefante republicano em sua lapela, porque era o candidato do Partido Republicano. Mas disse que, na condição de presidente, usava apenas uma bandeira dos EUA. Se você observar fotos posteriores ao encontro, Lula está com a bandeira brasileira.

Acho que quem ganhar a eleição, seja quem for, deve usar a bandeira do Brasil.

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