Investida aérea realizada hoje em Beirute teve como alvo Fuad Shukr, responsável pelo projeto de mísseis de precisão do grupo terrorista
Israel realizou hoje (30) um ataque aéreo em um subúrbio de Beirute, capital libanesa, conhecido por ser um reduto do Hezbollah. A operação foi em retaliação contra o Hezbollah pelo ataque mortal com foguetes perpetrado no último sábado, nas Colinas de Golã, que matou 12 crianças e deixou cerca de 30 feridos, muitos deles em estado grave. O alvo de Israel era o responsável pelo atentado, o comandante do Hezbollah Fuad Shukr, também conhecido como Hajj Mohsin, um conselheiro sênior do líder do grupo terrorista, Hassan Nasrallah.
Shukr é comandante do projeto de mísseis de precisão do Hezbollah. Ele também é procurado pelos Estados Unidos por seu papel no bombardeio de 1983 de um quartel dos fuzileiros navais dos EUA em Beirute, que matou 241 soldados norte-americanos. A morte dele ainda não foi confirmada oficialmente.
Segundo oficiais israelenses, a resposta de Israel já terminou e eles não têm interesse em iniciar uma guerra.
“O Hezbollah tem atirado mísseis, foguetes e drones contra Israel desde o dia 8 de outubro do ano passado, disparando centenas de mísseis diariamente contra o norte do território israelense, mesmo que Israel não tenha feito nenhuma provocação contra o território libanês ou contra o próprio grupo terrorista, anteriormente à resposta de hoje”, conta André Lajst, cientista político e presidente-executivo da StandWithUs Brasil. Por conta desses ataques, mais de 60 mil pessoas foram deslocadas de suas casas no norte de Israel, sendo que 23 civis e pelo menos 17 soldados foram mortos em ataques do Hezbollah desde outubro de 2023, segundo fontes israelenses.
O especialista em Oriente Médio também explica que o Hezbollah não é um grupo nacionalista libanês: “o Hezbollah é o grupo terrorista mais poderoso do mundo, com um orçamento de mais de 1 bilhão de dólares, sendo que recebe mais de meio bilhão de dólares somente do governo iraniano. É um Estado dentro de um Estado e impede o Líbano de ser completamente independente e poder gozar de uma paz próspera com todos os outros países da região”.
“No contexto de um ataque que matou crianças inocentes, a resposta de Israel deve ser pontual e severa, para que os terroristas entendam que suas ações têm consequências. E, infelizmente, quem paga o preço de uma milícia armada como essa que controla o Líbano, é a população libanesa”, conclui Lajst.
Imagem capa: Cartaz de procurado de Fuad Shukr, comandante do Hezbollah, divulgado pelo serviço de segurança estadunidense. (Departamento de Estado dos EUA via Times of Israel)