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Tropas dão apoio à integração de populações indígenas

Adriana Fortes
Ascom

A 303 km em linha reta de Rio Branco (AC), encontra-se o 1º Pelotão Especial de Fronteira de Selva, "O Guardião do Purus”. Responsável por resguardar 315 km da divisa entre Brasil e Peru, a unidade militar também tem se destacado pela integração com a população local e as comunidades indígenas. Do efetivo de 59 militares na unidade, 12 são indígenas.

O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, esteve nesta segunda-feira (2) no local e falou da importância do amplo trabalho realizado pelas Forças na fronteira do extremo oeste do Brasil e do esforço de integração. “As Forças Armadas têm a clareza de apoiar a integração das populações indígenas. São brasileiros que têm a origem e o destino comum de integrar e de construir o nosso País”.

Das três etnias que fazem parte da comunidade Santa Rosa do Purus, onde a unidade militar está localizada, a única que ainda não tem representante na unidade é a Kulina. "Mas já entramos em contato e acredito que em breve teremos também”, destaca o comandante do quartel, capitão Kleber Cunha do Nascimento.

A oração do guerreiro da selva, proferida pelos militares durante a apresentação militar para o ministro, foi marcada por um detalhe especial: o soldado Teodoro entoava a primeira parte em sua língua nativa, a Kaxinawá, seguido pelo restante da tropa que repetia as frases em português.
 

Vídeo: PH Freitas / MD


Reforço no trabalho de sentinela

O trabalho de sentinela, que de um ponto privilegiado monitora o tráfego do Rio Purus, foi inovado desde fevereiro deste ano. Além de observar, o militar agora também é responsável por tomar nota do número de embarcações e de pessoas que navegam e qual o tipo de mercadoria levam.

Esses dados são compilados semanalmente e enviados para o batalhão em Rio Branco. Em três meses de funcionamento desta ação, já se sabe que durante o dia mais embarcações fazem a rota Peru-Brasil e, à noite, o inverso. Além disso, também já se constatou que embarcações suspeitas são mais vistas no período da manhã.

Essas informações podem servir de base para a fiscalização e apreensões realizadas durante atividades como a Ágata, da qual a unidade participa todos os anos. O soldado Samora, que participa do revezamento feito a cada 2h da atividade de sentinela, diz que o trabalho demanda muita atenção, mas é gratificante, pois resguarda as fronteiras brasileiras.

Entre as três militares mulheres que servem atualmente na base, está a tenente Lanna. Mineira, de 28 anos, ela conta que servir em um pelotão de fronteira sempre foi um sonho. Além do atendimento aos militares e seus dependentes no consultório, ela também atua em missões na selva.

Em uma dessas missões, Lanna ficou por oito dias em local isolado, caminhando em média 50 km por dia. Única mulher em um grupo de dez militares, ela considera que este foi o momento mais recompensador de sua vida.

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