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Transporte de órgãos realizado pela FAB tem novas medidas durante COVID-19

Denise Fontes, Aspirante Letícia Faria E Major Monteiro

O Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA), Organização do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), é o responsável pela coordenação da distribuição dos órgãos para transplante no Brasil.

São duas posições da Central Nacional de Transplante (CNT), que operam 24 horas por dia, para gerenciar a logística. Porém, com os impactos da pandemia da COVID-19, precisou adotar medidas entre os órgãos de controle das entidades internacionais.

A ação foi gerenciar o tráfego aéreo, para promover a continuidade dos voos relacionados às causas humanitárias, emergência médica, busca e salvamento, verificação aérea, carga e voos de Estado.

O Comandante do CGNA, Coronel Aviador Sidnei Nascimento de Souza, explica que as missões para transporte de órgãos não foram afetadas, apenas adotadas medidas de coordenação entre os órgãos de controle envolvidos no processo.

“O CGNA vem participando ativamente, cumprindo o papel de coordenador dos voos e facilitador de todas as etapas envolvidas no transporte aéreo dos órgãos", ressalta o Oficial.

Pela primeira vez, uma companhia aérea brasileira realizou, no dia 17 de abril, o transporte de célula para a Argentina, destinada ao tratamento de um paciente portador da Síndrome Mielodisplásica, tipo raro de câncer que interrompe a produção de células sanguíneas.

As aeronaves dessa empresa são, atualmente, as únicas que mantêm a liberdade de trânsito internacional devido ao papel que desempenha nos países.

O voo foi operado em um Boeing 767, exclusivo para transporte de cargas, que decolou do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP) e pousou no mesmo dia, no Aeroporto Internacional de Ezeiza, em Buenos Aires (ARG).

Logística do transporte de órgãos

A logística de uma missão de Transporte de Órgãos, Tecidos e Equipes (TOTEQ) é complexa. O processo de transporte de órgãos é iniciado quando a Central Nacional de Transplantes (CNT) é informada por alguma central estadual sobre a existência de órgão e tecido em condições clínicas para o transplante.

A CNT aciona as companhias aéreas para verificar a disponibilidade logística. Se houver voo compatível, os aviões comerciais recebem o órgão e levam ao destino. Quando não há, a coordenação logística do translado de órgão e tecido fica a cargo do Comando da Aeronáutica (COMAER).

Nestes casos, as aeronaves têm prioridade para pousos e decolagens. O tempo de preservação dos materiais orgânicos é um fator contribuinte para o sucesso dos transplantes.

O transporte realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB) facilita o processo, tornando mais viável e ágil, devido as aeronaves terem condições para pousar em pistas e aeroportos menores, o que possibilita maior mobilidade fora das capitais.

Força Aérea transporta respiradores de Manaus (AM) para São Paulo (SP)¹

A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou, nesta terça-feira (28/04), uma missão de Transporte Aéreo Logístico em apoio à Operação COVID-19. A aeronave C-95M Bandeirante, pertencente ao Sexto Esquadrão de Transporte (6°ETA), transportou de Manaus (AM) para Guarulhos (SP), sete respiradores para manutenção.

A missão foi coordenada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) junto ao Centro de Operações Conjuntas (COC) do Ministério da Defesa, em apoio ao Ministério da Saúde.

O FAB 2319, com os equipamentos, decolou da Ala 8 – Base Aérea de Manaus, às 11h55 (horário de Brasília), e pousou na Base Aérea de São Paulo (BASP) às 22h30. Os respiradores hospitalares foram entregues para manutenção no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

A Comandante da aeronave, Tenente Aviadora Dativa Vitória da Silva, conta o sentimento em participar dessa missão. "Sinto orgulho e estou honrada em poder contribuir e auxiliar no transporte dos respiradores que futuramente ajudarão no tratamento de quem precisa", declarou.

O mecânico da aeronave, Sargento Lúcio Fábio da Silva Santos conta como a aeronave foi preparada para a missão. "Foi realizada a desinfecção do avião para receber os materiais e a tripulação. É muito gratificante poder ajudar nosso país na luta contra a pandemia", declarou.

Operação COVID-19

A Operação COVID-19, coordenada pelo Ministério da Defesa, mobiliza militares por todo o Brasil. Homens e mulheres das Forças Armadas atuam no enfrentamento à pandemia do novo Coronavírus, em apoio à população.

As ações envolvem descontaminação de espaços públicos, doações de sangue, transporte de medicamentos e equipamentos de saúde, distribuição de kits de alimentos para pessoas de baixa renda, entre outras.

Na execução dessas atividades, os militares atuam organizados em 10 Comandos Conjuntos que cobrem todo o território nacional, bem como no Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE). Esses Comandos reúnem militares das três Forças (Marinha, Exército e Aeronáutica), que desenvolvem esforços no cumprimento das missões.

¹Tenente Raquel Alves, Aspirante Letícia E  Major Monteiro
Fotos: Luiz Eduardo Perez / DECEA – Tenente Bruna Pinheiro/ Ala 8

 

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