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SIMDE – Comandante da Aeronáutica defende fortalecimento da Base Industrial de Defesa

Na última segunda-feira, dia 4 de Maio, o Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa e o Departamento de Segurança da FIESP realizaram uma Reunião Plenária Conjunta por videoconferência, onde 120 pessoas estiveram online, acompanhando a transmissão.

O palestrante do dia foi o Comandante da Força Aérea Brasileira, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Antônio Carlos Moretti Bermudez, que apresentou as principais ações da Aeronáutica no enfrentamento da pandemia do novo corona-vírus, desde o início dos contágios.

Também estiveram presentes, como convidados, o Tenente-Brigadeiro-do-Ar Batista Junior (COMGAP), o General-de-Exército Eduardo Antônio Fernandes, Comandante Militar do Sudeste e o Major-Brigadeiro Alcides Barbacovi, representando a SEPROD e o Ministério da Defesa.

O Diretor-Presidente do SIMDE e Diretor do Deseg, Dr. Carlos Erane Aguiar, abriu a reunião afirmando que, diante de crises e desventuras, como a que vive o mundo atualmente, a lição que se pode tirar é a de que o Brasil não pode parar. “Nada vai impedir a indústria e nada vai impedir o Brasil!” Elogiou a Força Aérea, dizendo que, desde o primeiro minuto, a instituição tem se mostrado como uma das faces mais presentes do país no combate a esta pandemia.

“Logo vimos a FAB em ação, quando do resgate de nossos compatriotas na China, executando plano de voo perfeito, estratégico e com todas as salvaguardas sanitárias necessárias”. Citou os grandes esforços da FAB ao transportar materiais de suporte ao combate a pandemia, desde respiradores, leitos, UTI, máscaras, álcool, ambulâncias, vacinas, inclusive realizando o treinamento de seus médicos para combater a doença e os transportando para locais fragilizados.

O Tenente-Brigadeiro Bermudez iniciou apresentação ressaltando a importância da união das instituições civis e militares nesse momento que vive a sociedade brasileira. Assegurou que a Força Aérea, em conjunto com a Marinha e o Exército Brasileiro, coordenados pelo Ministério da Defesa, não medirá esforços para prover o necessário no combate ao corona-vírus.

Apresentou as ações executadas pela Aeronáutica, desde a operação Regresso à Pátria Amada, em fevereiro, para repatriar os brasileiros que estavam correndo riscos em Wuhan, na China até o transporte de mais de 190 toneladas de material, com aproximadamente 350 horas de voo de norte a sul e de leste a oeste do país.

Após a apresentação, foi concedido um tempo apresentação de perguntas ao Comandante.

Selecionamos algumas:

Jean-Luc Alfonsi, Presidente da Helibras – Quais lições a FAB está tirando dessa pandemia e qual a expectativa em relação ao papel das indústrias de defesa nessas situações que estão se mostrando cada vez mais frequentes?

TB Bermudez – Da parte da FAB nós temos sido atendidos da melhor forma. No que diz respeito a BID, a parte logística tem sido atendida até diferentemente de outros momentos, com um apoio muito grande de toda a indústria de defesa que os senhores fazem parte. […] E quando a gente fala da FAB, pensamos sempre em avião, mas nós temos tantas outras partes que a BID atua que são fundamentais para que a gente consiga sim superar esse grave momento que estamos enfrentando.

Brigadeiro Pazini Brandão – representante do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações e Comunicações e membro do Conselho Consultivo do SIMDE – Gostaria que o sr abordasse os seguintes temas: novos meios de acumulação de energia, principalmente energia elétrica; O cenário atual da empresa Embraer; Tecnologia 5G; Criação de uma câmara do setor aeroespacial; e o fomento a indústria aeroespacial.

TB Bermudez – Sobre tema acumulação de energia, já é algo que procuramos avançar dentro da Força Aérea. Está em grande expansão na utilização de energia fotovoltaica e energia solar e continuaremos utilizando onde for possível. Junto a à Embraer está sendo desenvolvida uma aeronave com o que há mais moderno de tecnologia verde.

Sobre o cenário da Embraer, as medidas estão sendo tomadas por parte da Defesa. Nós temos assento no Conselho da empresa e o nosso representante leva as posições da FAB para o trato de um tema tão relevante e importante.

Em relação ao 5G, não é exatamente a área de atuação da FAB, e sim nacional. Deve ser tratado e posicionado pelo governo junto ao Ministério da Defesa.

Finalizado, sobre a câmara aeroespacial, devemos nos manter firmes, pois metas importantes estão sendo estabelecidas para o Centro de Lançamento de Alcântara, para que, em breve, torne-se o Centro Espacial de Alcântara. E é importante que haja uma discussão em questão da redução de impostos que acometa o setor aeroespacial.

Frederico Aguiar – Presidente da Smart Power e membro do Conselho Consultivo do SIMDE – Haverá contingenciamento no orçamento da Aeronáutica, ou será executado à sua plenitude até o final do ano?

TB Bermudez – Não há nenhuma previsão de contingenciamento, muito pelo contrário, os recursos já foram todos liberados para o cumprimento de nossas missões, e temos acréscimo de recursos com a Força na operação do Covid-19.

Luiz Monteiro, Diretor da Condor Há como prever algum atraso relevante no cronograma do caça Gripen?

TB Bermudez: Está tudo correndo dentro do cronograma estabelecido. Não existe nenhum atraso e os trabalhos estão se desenvolvendo conforme o planejado.

Brigadeiro Wilson José Romão – 1º Vice-Presidente do SIMDE – Recentemente a Boeing anunciou a desistência de comprar a área de aviação comercial da EMBRAER. Mesmo a área de defesa não estando contemplada neste acordo desde o princípio, é de se esperar algum tipo de consequência para a FAB. O que a Força Aérea pensa a respeito? Qual a posição do Comando da Aeronáutica diante do projeto de reestatização da mesma, apresentado na semana passada pelo Sen. Jaques Wagner do PT? A pandemia vai impactar de alguma maneira a programação de implementação do Programa Espacial e do início do uso de Centro Espacial de Alcântara por terceiros?

TB Bermudez: Sobre a questão da reestatização a ideia foi apresentada ao Congresso Nacional e será tratada de acordo com a importância da questão. Ainda há muito tempo para esse assunto ser debatido. Em relação ao impacto nas atividades do CLA, o mundo continua girando, assim como as Forças Armadas. Alcântara, continua com todas as suas ações e com o cronograma decorrente da aprovação do Acordo de Salvaguarda Tecnológica.

Carlos Erane, Diretor-Presidente do SIMDE e do DESEG – A pandemia mostrou a necessidade de substituir a importação por bens nacionais, priorizando os setores estratégicos de defesa, saúde, segurança e eletrônica. Precisamos fabricar produtos no Brasil! para que num momento de crise como o que estamos atravessamos, não tenhamos que implorar, a importação de produtos estrangeiros, como está acontecendo hoje no nosso país. Será que o Brasil vai aprender essa lição.

TB Bermudez – Na verdade a grande lição da pandemia é o talento dos brasileiros no enfrentamento da crise. Aprendemos a valorizar ainda mais o nosso pessoal, a nossa indústria, o trabalho realizado pela Base Industrial de defesa e nós somos testemunhas do sucesso no atendimento das nossas necessidades. Eu, particularmente, sou muito favorável ao fortalecimento e priorização da Base Indústria de Defesa do Brasil.

No encerramento, o Tenente-Brigadeiro Azevedo, representante da FIESP, agradeceu aos presentes: “Em nome do senhor Paulo Skaf, Presidente da FIESP, eu tenho o privilégio de estender os cumprimentos a todos os senhores, em agradecimento pela atenção que tem com essa casa, a casa da indústria, a casa que luta, trabalha todos os dias buscando o melhor apoio aos setores produtivos, à indústria nacional. 

 

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