O KC-390, maior avião produzido pelo Brasil, acompanhado por sete aeronaves da Esquadrilha da Fumaça, abriu o evento que apresentou nesta quinta-feira (25/02) a nova geração de jatos comerciais com até 130 passageiros. Batizado de E-2 190, a aeronave tem asas mais alongadas – aerodinamicamente mais avançadas, motores maiores e deve reduzir em 16% o consumo de combustível e de emissão de gases poluentes, além de 20% de economia nos custos de manutenção.
“É uma satisfação muito grande ver o E-2 fazer o seu rollout [apresentação] hoje. Isso comprova que os conceitos e a estratégia que nasceram lá no tempo no Brigadeiro Montenegro [Marechal do Ar Casemiro Montenegro – fundador do Instituto Tecnológico de Aeronáutica nos anos 50] foram corretas.
Vimos pelos aviões que sobrevoaram aqui, desde o Ipanema, o Legacy, o [jato] 190 e o KC-390 escoltado pelos A-29 [Super Tucano] que isso foi uma política correta e o Brasil entrou definitivamente na era da tecnologia”, afirmou o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato.
A tecnologia de comandos eletrônicos do avião, o fly by wire na versão completa, e trem de pouso em aço e titânio, por exemplo, são alguns dos itens que estão no KC-390 e também foram incorporadas à aeronave E-2.
O presidente da Embraer, Frederico Curado, definiu como “simbiose positiva” o uso dual de tecnologias na aviação para uso em aeronaves civis e militares. O que ocorre desde o projeto AMX da década de 80, cujas tecnologias foram empregadas nos jatos 145 e 170.
O KC-390 se beneficiou da experiência em desenvolvimento de aeronaves comercias. “É uma evolução. A cada produto novo vamos incorporando tudo de bom que foi aprendido, seja militar ou civil. O KC-390 está nesse processo de evolução. Hoje, ele é o avião, junto com o E-2, mais moderno que temos, de última geração”, afirmou. De acordo com Curado, o processo de certificação do KC-390 será no final de 2017 e do E-2 em 2018.
A Embraer é líder no segmento de jatos comerciais com até 130 assentos. Seus aviões estão em mais de 60 empresas aéreas em cerca de 50 países. Já na área militar, o projeto KC-390 é um importante passo. “Na área militar somos muito pequenos.
O KC-390 e sua sofisticação e tamanho, eu costumo dizer que é um avião de gente grande. Isso puxa a Embraer e a Força Aérea Brasileira, que especificou o avião, para um nível diferenciado no mundo. Não são muitos países que tem a capacidade de desenvolver um avião como o KC-390”, finaliza.
O evento em São José dos Campos (SP) em uma das plantas industriais da empresa reuniu o segmento da aviação mundial. Fornecedores, potenciais clientes e parte dos 10 mil funcionários do local acompanharam a cerimônia. Aviões produzidos pela empresa sobrevoaram o local do evento.
Números E2 – Foram investidos USD 1,7 bilhões no projeto E-2. A previsão de entrada em operação do E-190 E2 é para o primeiro semestre de 2018. Desde o lançamento do projeto em 2013, a empresa recebeu 267 pedidos de compra e 373 opções e direitos de compra. Segundo Curado, a Embraer nunca teve um avião com tamanha demanda com dois anos de antecedência. O mercado de jatos entre 70 e 130 assentos entre os anos de 2015 e 2034 é de 6.350 aviões.