Um projeto de incentivo à pesquisa pretende reunir a comunidade científica brasileira na região Amazônica. Militares do Comando Militar da Amazônia (CMA) prestarão apoios logístico e estrutural a cientistas das mais diversas instituições do País, ao longo dos 11000 km de fronteira da Amazônia brasileira, por intermédio dos 24 Pelotões de Fronteira ali localizados e de suas organizações militares subordinadas.
O Comandante Militar da Amazônia, General de Exército Guilherme Cals Theophilo de Oliveira, concebeu a iniciativa que permitirá que estudiosos façam importantes pesquisas científicas nessa área de difícil acesso. Muitos cientistas acreditam que a flora e a fauna regionais possuem enorme potencial para serem usados como medicamento, alimento e uma variedade de produtos industriais.
No entanto, as dificuldades de acesso às áreas de interesse e a carência de instalações adequadas impedem que pesquisadores avancem na consecução de seus objetivos, constituindo um fator de atraso ao desenvolvimento científico-tecnológico na região de maior biodiversidade mundial.
Além de propiciar o suporte logístico, o Exército Brasileiro incentivará a pesquisa em temas de interesse para as comunidades circunvizinhas aos Pelotões Especiais de Fronteira, como energia, comunicação e água potável, bem como em assuntos de grande relevância para a Instituição.
Esse projeto tem sido apresentado a diversos institutos de pesquisa da Amazônia Ocidental, dentre os quais podemos citar a Universidade Federal do Amazonas, a Universidade Estadual do Amazonas, o Instituto de Pesquisas do Amazonas, a Fundação Oswaldo Cruz, o Departamento Nacional de Pesquisas Minerais.
Na Região Sudeste, algumas instituições de ensino, como a Universidade de São Paulo, a Universidade Federal de São Carlos e a Universidade de Campinas, também já foram contempladas com explanações acerca desse trabalho e a ampla aceitação tornou-se evidente.
De acordo com as diretrizes em vigor, o programa passará por cinco fases de consecução. A primeira, já em curso, engloba a apresentação inicial à comunidade científica; a segunda fase registra a elaboração do escopo do projeto; a terceira etapa assinala a apresentação diagnóstica final; a quarta fase é de extrema relevância, pois é o momento de levar o projeto finalizado às equipes de pesquisadores, ao Chefe do Estado-Maior do Exército, ao Ministério da Defesa e ao Ministério da Ciência e Tecnologia da Informação. A quinta e última fase aponta para a realização de um Simpósio pelo CMA e pelas demais instituições envolvidas.
Na década de 50, os Pelotões de Fronteira foram criados e, já naquela época, abrangiam um ambiente chamado “pavilhão de terceiros”, cujo objetivo precípuo era receber funcionários de outros ministérios. Ao longo dos anos, constatou-se o desuso desse local.
A iniciativa do Comando Militar da Amazônia possibilitará a reutilização desses espaços e descobertas científicas de amplo espectro, além de otimizar todo o processo de pesquisa, garantindo significativos resultados especialmente para a região Amazônica e para todo o País.
O projeto busca a melhoria das condições de vida dos 25 milhões de habitantes da densa Floresta Amazônica, criando alternativas para a exploração na maioria das vezes predatória e nem sempre sustentável. O Comandante Militar da Amazônia destaca que “Queremos que os cientistas explorem suas diferentes linhas de pesquisas com o apoio dos Pelotões de Fronteira, em parceria com a Força Aérea e com a Marinha do Brasil, provendo todo o suporte logístico aos pesquisadores e proporcionando maior conhecimento sobre a Amazônia”, e conclui com uma mensagem para todos nós, brasileiros: “Só podemos defender o que conhecemos e só podemos desenvolver o que conhecemos”.