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Pesquisas de tecnologia da FAB podem gerar 21 mil empregos no país

Denise Rothenburg

Edis Henrique Peres

(estagiária)

 

Projeto de aquisição de 36 caças Saab Gripen NG para a Força Aérea Brasileira (FAB), em conjunto com o desenvolvimento de conhecimento em estruturação e tecnologia, pode gerar cerca de 21 mil empregos em toda a cadeia econômica do Brasil. A informação é do major-brigadeiro Valter Borges Malta, presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC). Malta foi o entrevistado pelo CB.Poder — uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília.

 

“O conhecimento gerado nessas pesquisas aeroespaciais pode, inclusive, ser derivado para a indústria de medicina, como (no desenvolvimento de) sensores ópticos para diagnósticos, por exemplo. Além de, claro, atender a demanda que a FAB possui de controlar, defender e integrar o território nacional. E para isso, são necessárias aeronaves cada vez mais capazes, com longo alcance e capacidade de carga”, explica Malta.

O major-brigadeiro conta que a COPAC possui cerca de 10 projetos em desenvolvimento e explica que o projeto F-39 Gripen ocorre dentro do cronograma planejado, apesar das dificuldades impostas pela pandemia. “O Gripen envolve a entrega de 36 aeronaves, 28 com um assento e 8 aeronaves com dois assentos, e o Brasil já recebeu a primeira, em 2020, no dia 23 de outubro, o Dia do Aviador”.

A nave recebida em outubro está em desenvolvimento nas instalações da Embraer, em Gavião Peixoto (SP). “O objetivo é que o F-39 Gripen, que recebemos, seja a aeronave de caça da FAB, com missões de força aérea, ataque ao solo e também reconhecimento. Ela já sobrevoou Brasília e está sobrevoando diariamente Gavião Peixoto em seu processo de desenvolvimento. Também as quatro primeiras aeronaves para compor o esquadrão do corpo de defesa aérea em Anápolis (GO) chegarão ao Brasil no fim deste ano”, revela.

A expectativa é que, entre 2026 e 2027, as 36 aeronaves da F-39 Gripen já estejam entregues no país. Malta esclarece que a integração de armamento e o desenvolvimento da estrutura das aeronaves podem possibilitar que as indústrias participantes do Brasil desenvolvam ao fim do ciclo Gripen aeronaves de 5° geração. “Atualmente, o F-39 Gripen está basicamente entre a 4° e 5° geração, um meio termo entre os dois”, pontua.

Dificuldades na pandemia

O presidente da COPAC também defende a atuação da FAB em meio à pandemia. Questionado sobre a falta de aeronaves capazes de transportar carga no país, Malta reconheceu a demanda, mas reiterou que a força aérea atua fortemente na questão do novo coronavírus.

“Desde o começo da pandemia, atuamos de maneira bem integrada, essencialmente sobre a dificuldade na região amazônica. Mas já voamos mais de 1.600 horas, transportamos mais de 1.800 toneladas de materiais, e retiramos mais de 600 pacientes de Manaus para outros lugares do Brasil. Estamos realizando essa ação de transporte com todo o nosso sistema de apoio”, afirma.

Estratégia Nacional de Defesa (END)

Malte explica ainda na entrevista que a FAB tem cerca de 18 projetos principais e que a força aérea possui na sua concepção aeronáutica um planejamento para 2041, quando completa 100 anos. “Estabelecemos essa estratégia nacional de defesa. É um plano que mira na infraestrutura e tecnologia necessárias para o que esperamos no centenário da FAB”, conta.

O major-brigadeiro acrescenta que os 18 projetos são espalhados entre as diversas áreas de infraestrutura, tecnologia e modernização: os caminhos necessários para se desenvolver aeronaves de 5° geração. “Uma aeronave desse modelo terá alta performance, alta velocidade, integração dos sistemas, inteligência artificial, além de baixa visibilidade perante os sensores e radares. Por isso, para atingir essa tecnologia, elaboramos esses diversos projetos”, finaliza.

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