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Pantsir S1 – Sucesso ou fracasso? Os testes para o Brasil

Nota DefesaNet

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O Editor

 

Pedro Riopardense


Dois alvos, dois disparos e 100% de acerto. Os testes do sistema PANTSIR S1, realizados em janeiro na Rússia, foram considerados como bem sucedido nos parâmetros solicitados. Para que houvesse o máximo de realismo, a operação ficou a cargo de uma unidade regular do Exército da Federação Russa, localizada na região de Moscou. Mesmo assim, os que se opõem à aquisição, que terá importante transferência de tecnologia envolvida, insistem em afirmar que a compra não será realizada em função de um possível fracasso na avaliação.

Na véspera dos testes, realizados em janeiro, o General-de-Brigada Márcio Roland Heise, chefe do grupo de trabalho criado em portaria assinada pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, estabeleceu que os dois disparos disponíveis ocorressem em condições visuais. O primeiro alvo, um míssil, seria disparado a 15 quilômetros e a 6 mil metros de altitude da bateria; o segundo, realizando manobras evasivas, a 8,5 quilômetros de distância e em altitude inferior a 100 metros.

A comitiva brasileira era formada por quatro oficiais do Exército e Corpo de Fuzileiros Navais, criado para avaliar o sistema sob os Requisitos Operacionais Conjuntos (ROC) 40/2013 (GTA-ROC). Como alvos, a unidade do Exército da Federação Russa empregou um míssil orgânico da unidade, o modelo 57E6-E, e um aparelho de pilotagem remota DAN.

Por limitações de segurança, o perímetro foi aberto a dois integrantes do grupo. Os disparos realizados destruíram os alvos dentro dos parâmetros solicitados pelos brasileiros. Para comprovar a eficiência dentro do alcance máximo do sistema — 26 quilômetros a 6 mil metros de altura — a unidade repassou os dados obtidos pela telemetria. Aí, surgiram as diferenças.

O grupo de trabalho não considerou os dados conclusivos, apesar de admitir que apresentam um nível de possibilidade de acerto superior a 90%. Para dirimir quaisquer dúvidas, a Federação Russa entregou dados de telemetria adicionais e propôs a realização de uma nova bateria de testes dentro de parâmetros não visuais. Há, inclusive, a possibilidade de que possam ocorrer no Brasil (Nota DN – Ver entrevista exclusiva do Diretor do Serviço Federal da Cooperação Técnico-Militar da Federação da Rússia Alexander Fomin à DefesaNet) .

Os mísseis 57E6-E, empregados pelo Pantsir S1, são guiados por um feixe de laser, o que os torna praticamente imunes a contramedidas eletrônicas. O sistema pode atingir com eles alvos entre 6 e 26 quilômetros, com a altitude variando entre zero e 6 mil metros. Abaixo desses parâmetros, canhões de 30 mm entram em ação.

Boa parte dos produtos ocidentais emprega mísseis concebidos para a arena ar-ar, que podem sofrer interferência de flares ou de contramedidas eletrônicas. Em função dessa deficiência, o SPYDER SR foi empregado sem sucesso pelas forças da Geórgia contra a aviação russa na Guerra da Ossétia.

O total de munições por unidade lançadora também é superior às alternativas disponíveis no mercado. Cada uma carrega 12 mísseis. A guisa de comparação, o BAMSE, fabricado pela SAAB, dispõe de seis mísseis por reboque, O SAMP/T de oito e o SPYDER de quatro (SR) a oito (MR). Nenhum deles tem capacidade de autoproteção por canhões. Os veículos adotados pelo Exército Brasileiro deverão ser plataformas  MAN 8×8 e 6×6, já empregadas pelas baterias adquiridas pelos Emirados Árabes Unidos, substituindo os originais russos KAMAZ.

Os sistemas propostos pela Federação Russa ao Brasil possuem características únicas. Além da possibilidade de operar a partir de posições fixas, com grande capacidade de detecção e de engajamento, as unidades de tiro, quatro a seis por bateria, podem engajar, enquanto se encontram em deslocamento, até 60 alvos e disparar, com mísseis e canhões de 30 mm, sobre quatro deles.

O fechamento do contrato, no entanto, depende de previsão orçamentária, uma vez que está previsto o pagamento de um sinal dois dias depois da assinatura entre as partes.

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