Informe Força Aérea Brasileira
O primeiro P-3 (avião de patrulha) da Força Aérea Brasileira (FAB), adquirido num lote de 12 aeronaves do governo americano, voou no último dia 20 de dezembro, pela primeira vez, na Base Aérea de Davis-Monthan, em Tucson (EUA). O avião recebeu os símbolos da FAB, um novo prefixo (FAB 7200, em substituição ao NAVY 152180) e encontra-se em preparação para voar à Europa, onde será modernizado.
A aeronave estava estocada na reserva de guerra americana desde março de 1990. Após 2h 20 min de vôo, o P-3 pousou no Aeroporto Internacional de Tucson, para a verificação de equipamentos, e seguiu para Chico, na Califórnia, sede da Aero Union Corporation (AUC), empresa subcontratada pela EADS-CASA para ativar os aviões e preparar o traslado.
O P-3 deverá decolar para Madrid, na Espanha, no dia 10 de janeiro, depois de receber correções em seus sistemas. Segundo a previsão, as demais aeronaves partirão, uma de cada vez, de três em três meses. O primeiro P-3 AM (modernizado) deve chegar ao Brasil em 2008.
O contrato com a EADS-CASA, assinado neste ano, prevê investimentos da ordem de US$ 423 milhões para a modernização de oito aeronaves. O objetivo é dotar a FAB de aviões destinados a executar missões de patrulhamento marítimo e de ataque contra alvos submarinos e de superfície. Como contrapartida comercial, a EADS-CASA investirá no Brasil, em atividades ligadas diretamente ao setor aeroespacial, US$ 467 milhões.
O projeto integra o Programa de Fortalecimento do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (PFCEAB), aprovado em 13 de julho de 2000 pelo Presidente da República e que contempla outros planos, como, por exemplo, a modernização dos F-5.
Histórico
Em 1998, o Estado-Maior da Aeronáutica, após meticulosa pesquisa e consulta a empresas de aviação, decidiu que a plataforma do P-3 era a mais apropriada para a missão de patrulha marítima. Posteriormente, com fundamentos e um criterioso processo de seleção, foi escolhido o grupo EADS-CASA para a prestação dos serviços de modernização.
Hoje, 16 países utilizam esse tipo de avião, entre os quais os EUA, a Alemanha, a Argentina e o Chile. No mundo, há cerca de 420 P-3 em operação atualmente. Em razão da sua grande autonomia de vôo e características singulares, é hoje a principal aeronave em operação para patrulhamento marítimo. O P-3 tem autonomia para operar até 16 horas em vôos à baixa altitude e transportar, além da tripulação, cerca de dez toneladas de armamentos, entre mísseis, torpedos, bombas e minas, o equivalente ao peso de duas aeronaves do tipo Bandeirante de Patrulha (o Bandeirulha).
Dos 32 aviões oferecidos pelo governo americano ao Brasil, 18 foram selecionados por uma comissão de especialistas da Força Aérea Brasileira, e o pacote de aquisição incluiu a compra de 12 plataformas, todas em bom estado.
A FAB estima em pelo menos 20 anos o tempo de utilização dos P-3 que estão para ser modernizados. A primeira aeronave deverá entrar em operação no ano de 2008.