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Ordem do Dia alusiva ao Dia da Aviação de Caça

Dia da Aviação de Caça

Ordem do Dia alusiva ao Dia da Aviação de Caça

 

22 Abril 2018

(Comemorado em 20 Abril 2018)

 

 

Às oito horas e trinta minutos da fria manhã de 22 de abril de 1945, decolava de Pisa a primeira esquadrilha brasileira para o que seria o dia mais importante do “Avestruz Senta a Púa” nos céus da Itália. Em verdade, nessa data, jovens e pujantes pilotos do 1º Grupo de Aviação de Caça escreveram uma das mais belas páginas da História da Força Aérea Brasileira e da Segunda Guerra Mundial.

Sob o comando do Major Aviador Nero Moura, um seleto grupo formado por 22 audazes pilotos, que se revezaram do nascer ao pôr do sol em seus robustos caças P-47 Thunderbolt, realizou 44 missões em um único dia, com o apoio do incansável e competente escalão de solo, martelando sem trégua o oponente, vencendo a pesada artilharia antiaérea inimiga, lançando bombas em pontos estratégicos e buscando alvos de oportunidade durante o retorno à base.

O dia 22 de abril de 1945 foi o coroamento de uma impressionante campanha aérea, que contribuiu para o rompimento das linhas inimigas e para o final do conflito no mediterrâneo. A qualidade dos resultados auferidos pelos Jambocks conferiu aos oficiais e praças daquela unidade aérea o respeito e a admiração dos aliados que ali lutaram lado a lado, fazendo-lhes merecedores da “Presidential Unit Citation”, distinção concedida pelo governo norte-americano a unidades militares que se destacaram por atos de extremo heroísmo contra um inimigo armado.

O sangue derramado pelos destemidos avestruzes, representado pelo fundo vermelho da célebre bolacha do 1º Grupo de Aviação de Caça, não foi em vão, pois o legado e os ensinamentos deixados por esses heróis forjaram inúmeras gerações de pilotos de caça da Força Aérea Brasileira. É nosso dever cultuar esse passado notório de glória, mas não podemos limitar as honrarias às reuniões festivas ou às solenidades militares.

De fato, nas décadas que sucederam aquele conflito bélico, a Força Aérea Brasileira labutou para desenvolver a indústria aeronáutica e espacial brasileira, ajudou a integrar regiões remotas do País, construiu inúmeros aeródromos na região amazônica e criou um sistema integrado de defesa aérea e controle de tráfego aéreo que é tomado como referência por vários países. Esses são alguns exemplos, dentre tantos outros, do arrojo e da determinação herdados dos Jambocks, que marcaram a evolução da Força Aérea.

Atualmente, a Força Aérea está vivendo um amplo processo de transformação. Muitas mudanças já foram efetivadas, como a reestruturação de organizações militares, a transferência de unidades aéreas e a modificação de processos de gestão, ações que resultaram na racionalização das atividades de suporte e na redução dos custos administrativos, conceitos fundamentais que orientam a Concepção Estratégica da Força Aérea para os próximos 25 anos

Ademais, a FAB tem investido maciçamente na modernização de seus vetores de combate, incorporando aeronaves, armamentos e sistemas no estado da arte em tecnologia e desenvolvimento, como o A-29 Super Tucano, AH-2 Sabre, H-60 Black Hawk, o SC-105 Amazonas e o H-36 Caracal, além das aeronaves remotamente pilotadas RQ-900 e RQ-450. Em breve, receberemos os vetores multimissão KC-390 e F-39 Gripen e passaremos a operar satélites de reconhecimento. Tudo isso dará a Força Aérea uma enorme capacidade dissuasória e competência para atuar de forma integrada para a defesa dos interesses nacionais nos diversos cenários da Estratégia Militar brasileira.

Verdadeiramente, os atributos de Nero Moura e de seus comandados ainda inspiram os homens e as mulheres de azul, que preservam e cultuam os ideais de coragem, determinação, inovação e eficiência vividos nos céus da Itália.

Alguém, certa vez, disse que “O Piloto de Caça tem características que o tornam distinto. Ele dá tudo de si naquilo que faz, irradia entusiasmo e contagia aqueles que o cercam. O Piloto de Caça é muito mais que um aviador. Ser Piloto de Caça é viver um estado de espírito e uma pessoa com esse espírito, não importa o trabalho que faça, realmente fará tudo melhor”.

Caçadores da terra e do ar, encerramos um ciclo de nossa Instituição e damos boas-vindas a uma nova Força Aérea – mais ágil, mais aguerrida e melhor estruturada para cumprir, com excelência, a sua missão, qual seja, “Manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional com vistas à defesa da Pátria”. Não esmoreçam ante os obstáculos. Continuem altivos e perseverantes diante das tarefas que lhes são confiadas, buscando sempre o aperfeiçoamento profissional em prol do desenvolvimento da Instituição e, consequentemente, do País.

Mantenhamos vivas as conquistas dos bravos soldados do ar que, há 73 anos, defenderam com coragem e entusiasmo, a liberdade e a autodeterminação dos povos, sacrificando as próprias vidas nos céus da Itália. Os feitos realizados por esses heróis, transcendem a Aviação de Caça; pertencem à Força Aérea Brasileira e nos inspiram a controlar, defender e integrar.

Parabéns, Aviação de Caça!

Senta a Púa! Brasil!

Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Egito do Amaral

Comandante de Preparo

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