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OGMA envia peças para montar segunda aeronave militar KC-390 no Brasil

Manuel Carlos Freire

DIÁRIO DE NOTÍCIAS (PORTUGAL)

A OGMA iniciou o envio para o Brasil dos componentes destinados ao segundo KC-390 a ser montado de série e um dos 28 destinados à Força Aérea Brasileira, informou a empresa esta quarta-feira. Estas aeronaves de transporte militar, em cuja conceção Portugal participa desde o início e como principal parceiro do fabricante brasileiro Embraer, são apontadas como as grandes sucessoras dos lendários Hércules C-130 a nível mundial.

Portugal é precisamente um dos países que vai adquirir aqueles aparelhos, inicialmente cinco e com opção de compra de mais um, para substituir a sua frota de C-130 e respetivas missões, com destaque para as do transporte e lançamento de tropas e carga, busca e salvamento ou evacuações aeromédicas – a que se juntam as do combate a incêndios e reabastecimento em voo.

Na OGMA são produzidos os 10 painéis que compõem a fuselagem central do KC-390, bem como os lemes de profundidade, as carenagens do trem de aterragem e os painéis que formam o seu revestimento, precisou a OGMA, lembrando que os componentes destinados ao primeiro dos aparelhos produzidos em série foram enviados há pouco mais de meio ano para a fábrica da Embraer em Gavião Peixoto.

"A entrega do segundo kit de componentes para a produção em série do KC-390 espelha a competência técnica e humana da OGMA no domínio das aeroestruturas e sublinha o papel que vem desempenhando desde o arranque do projeto para que o KC-390 seja um marco incontornável no panorama aeronáutico internacional", afirmou Ana Isabel Fernandes, chefe da área de operações da empresa de Alverca.

O protótipo do KC-390, em cujo consórcio participam também a Argentina e a República Checa, foi apresentado em 2014 e o seu primeiro voo ocorreu em fevereiro de 2015. O programa foi afetado por restrições financeiras decorrentes da crise no Brasil, provocando atrasos de vários meses na sua produção, mas manteve-se e Portugal foi o primeiro país fora do Brasil a receber a aeronave (junho de 2016).

Note-se que a OGMA é uma empresa em que o Estado detém 35% do capital e a Embraer 65%, desde a sua privatização – decidida pelo então ministro da Defesa Paulo Portas – em 2005. Atualmente com mais de 1700 trabalhadores, a OGMA registou um volume de negócios de 195,4 milhões de euros no ano passado, segundo dados da empresa.

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