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Nova ABIN vai monitorar grupos extremistas nas redes sociais

Agência ficará livre da tutela militar, e mundo acadêmico será ouvido na reformulação.

Sérgio Guedes
GloboNews
03 Março 2023

Nota DefesaNet

Contraditório texto do ativista-jornalista Sérgio Guedes.

1 “Uma das prioridades da nova Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) será a de identificar e monitorar grupos extremistas nas redes sociais para se antecipar a ataques à democracia, como os ocorridos no dia 8 de janeiro. Os financiadores de grupos de disseminação do discurso de ódio vão merecer atenção especial da inteligência.”

2 – “a ABIN vai deixar de bisbilhotar a vida de inimigos do governo, essência do antigo Serviço Nacional de Informações dos militares, e passará a contribuir com inteligência para ajudar em políticas públicas.”

Cabe ao leitor identificar qual o parágrafo é o correto.

O Editor

Uma das prioridades da nova Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) será a de identificar e monitorar grupos extremistas nas redes sociais para se antecipar a ataques à democracia, como os ocorridos no dia 8 de janeiro. Os financiadores de grupos de disseminação do discurso de ódio vão merecer atenção especial da inteligência.

Esta é apenas uma das mudanças na filosofia de atuação da agência, que ficará, finalmente, livre da tutela militar. O mundo acadêmico será ouvido na reformulação da atual estratégia atual da Abin, definida no governo Temer pelo General-de-Exército Sérgio Etchegoyen. A linha de atuação da ABIN está expressa na Política Nacional de Inteligência e na Estratégia Nacional de Inteligência. Os dois documentos serão revisados.

Em resumo: a ABIN vai deixar de bisbilhotar a vida de inimigos do governo, essência do antigo Serviço Nacional de Informações dos militares, e passará a contribuir com inteligência para ajudar em políticas públicas.

Nas conversas com interlocutores do governo, o futuro chefe da agência, delegado Luiz Fernando Corrêa, costumava dar um exemplo prático: se a fome é um grande flagelo nacional, a ABIN não pode ficar de fora do tema. E como seria essa contribuição? Assim como são conhecidos os gargalos da infraestrutura do agronegócio, a inteligência de estado colaboraria no sentido de apontar os gargalos da “agricultura familiar”, um dos pilares do combate à miséria.

Para quem estava acostumado a associar a ABIN à arapongagem, imagem reforçada ao extremo pelo governo Bolsonaro, a reviravolta impressiona. Temas como aquecimento global, desmatamento da Amazônia, ataques a povos originários, garimpo ilegal e até ameaças ambientais à plantação de soja passariam a ser pautas do órgão de inteligência.

A ABIN foi criada no governo Fernando Henrique para ser uma agência de inteligência civil, mas rapidamente foi cooptada pelos militares, ficando subordinada ao GSI, antiga Casa Militar.

A presidente Dilma foi a única, após FHC, a tentar dar um caráter civil à inteligência do estado. Ela ficou revoltada porque a ABIN, além de não prevenir, nunca soube explicar como ela foi grampeada pelo governo norte-americano. Dilma reclamava que recebia um relatório “chulé” da inteligência, com notícias que já haviam saído nos jornais.

Justiça seja feita, a ABIN, sob guarda-chuva do GSI, não foi incompetente apenas no governo Dilma. No governo Temer não antecipou a greve dos caminhoneiros e, no próprio governo Bolsonaro, não percebeu que aviões da FAB, da comitiva presidencial, transportavam cocaína.


Especialista em inteligência, Marco Cepik deve comandar Escola de Inteligência da ABIN

Na Polícia Federal e entre especialistas da área, Cepik é considerado “uma referência acadêmica na área de inteligência e um dos maiores especialistas do país”.

Andréa Sadi
GloboNews G1
02 Março 2023

O especialista em inteligência Marco Cepik é o nome mais cotado para comandar a Escola de Inteligência (ESINT) da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Fontes consultadas pelo blog afirmam que ele é uma das maiores autoridades do ramo e que reforça a preocupação do governo Lula em fortalecer a agência após os ataques golpistas de 8 de janeirEntre os integrantes da Polícia Federal e entre especialistas na área, Cepik é considerado “uma referência acadêmica na área de inteligência e um dos maiores especialistas do país”.

Cepik é cientista político, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) desde 1995, doutor em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ) e pós-doutor pela universidade de Oxford, no Reino Unido. Entre 2011 e 2-21, foi diretor-executivo do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV) em Porto Alegre (RS).

Marco Cepik deve comandar escola de formação da Abin — Foto: Reprodução/LinkedIn
Marco Cepik deve comandar escola de formação da ABIN

A ESINT é a escola de que forma, capacita e aperfeiçoa os profissionais de Inteligência da ABIN e é a porta de entrada para quem começa carreira na agência. O curso de Formação em Inteligência da escola é etapa obrigatória do concurso público

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