O acervo do Museu Roberto Lee, em Caçapava, recebeu veículos e materiais de artilharia utilizados na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Os novos componentes militares passam a integrar o acervo ao lado de outros veículos oficiais do Exército Brasileiro.
Ao todo, foram doados na última semana 20 veículos, além de tanques de guerra e canhões utilizados durante o combate do Exército Brasileiro na Itália. Entre as doações, estão caminhões para transporte de tropas e manutenção de armas, ambulâncias, modelos 4×4 e um veículo com capacidade de atuar na terra e no mar.
As doações foram feitas por dois ex-militares que mantinham a frota guardada há cerca de 40 anos. Segundo Marcelo Bellato, diretor do museu, a maioria dos carros está em perfeito estado de conservação, mas alguns deles devem passar por restauro. "Pela raridade, todos tem um valor muito alto, mas não dá nem para estimar", disse.
O diretor afirma que os novos componentes também são uma maneira de homenagear o quartel do Exército do município, que atuou na Segunda Guerra. "Nosso quartel foi vitorioso em várias conquistas e nosso objetivo é fazer uma homenagem aos veteranos que defenderam nosso país".
Museu
Atualmente, o acervo do Museu contém mais de cem veículos de uso civil e militar que datam o início do século XX e Segunda Guerra Mundial. As doações partem de colecionadores de todo o país interessados pelos trabalhos de resgate, que é de responsabilidade da Prefeitura de Caçapava desde 2010.
O Museu Roberto Lee é o primeiro museu da América Latina de antiguidades mecânicas, tendo início em 1964, pelo empresário Roberto Eduardo Lee, falecido em 1975. O espaço é aberto ao público de forma gratuita em ocasiões de eventos na cidade. A próxima abertura acontece no dia 18 de maio, no centro da cidade.
História
O acervo de Roberto Lee foi doado há dois anos pela família do colecionador para a Prefeitura de Caçapava. O Museu Paulista de Antiguidades Mecânicas foi criado por Lee em 1963 e o espaço chegou a ser o maior acervo da América Latina, com 200 veículos, na década de 1970.
Roberto Lee foi assassinado em 1975, em São Paulo. O museu continuou funcionando até 1993, mas nenhum cuidado de preservação foi tomado com os veículos neste período. A coleção atual conta com 40 veículos e fica no Centro Educacional, localizado no Bairro Vera Cruz. A coleção de veículos e acessórios do Museu Paulista de Antiguidades Mecânicas foi tombada pelo Condephaat em 1982. O acervo tombado era composto de 97 veículos, motores, miniaturas de autos, distintivos de automóveis-clubes de todo o mundo e cerca de 200 gravuras.
(*) Colaborou: Daniel Corrá