Tenente Juliana Lopes / Tenente João Elias – Ten Gabrielli
O Esquadrão de Segurança e Defesa da Ala 10 está atuando com 75 militares na Operação Potiguar III, de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Eles respondem pela segurança na região do Aeroporto Internacional de Natal, em São Gonçalo do Amarante, e região central de Parnamirim.
O grupo também engloba Oficiais que compõem as estruturas gerenciais da Operação. A Força Aérea Brasileira (FAB) também presta apoio aéreo à operação. Até agora, aeronaves C-95 Bandeirante e C-97 Brasília, do 2º e do 6º Esquadrões de Transporte Aéreo, de Recife e Brasília, já realizaram o transporte de tropas, equipamentos e autoridades das Forças Armadas e do Ministério da Defesa. No total, cerca de 150 pessoas e mais de 500 quilos de equipamentos chegaram a Natal, transportados pela FAB.
A operação teve início no dia 29 de dezembro de 2017, após o Presidente da República atender à solicitação de apoio feita pelo Governo do Rio Grande do Norte. O objetivo é restabelecer as condições de ordem pública e segurança no Estado, que sofre com o aumento da violência urbana, após o início da greve dos policiais militares e civis, além dos bombeiros militares, iniciada no último dia 19 de dezembro.
Mais de 2,8 mil militares das Forças Armadas e Auxiliares Federais estão atuando em Natal e região metropolitana, além de Mossoró, cidade da região oeste do estado.
A operação ocorre por um prazo de 25 dias, até o dia 12 de janeiro, de acordo com o decreto presidencial, podendo ser estendida, mediante solicitação do Governo do Rio Grande do Norte e autorização do Presidente da República.
A Força-Tarefa Guararapes, coordenada pela 7º Brigada de Infantaria Motorizada, do Exército Brasileiro, foi ativada para comandar a operação interagências, por um período de 15 dias.
Em 30 de dezembro, houve uma reunião de coordenação da GLO, que contou com a presença do Ministro da Defesa, Raul Jungmann, do Governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, além de representantes das Forças Armadas e de órgãos de segurança pública federais e do RN.
Essa é a terceira vez em 18 meses que as Forças Armadas são acionadas e autorizadas pelo Presidente da República a prestar apoio ao Estado do Rio Grande do Norte. A primeira Operação Potiguar ocorreu em agosto de 2016.
Com força-tarefa, criminalidade reduz¹
O general de Brigada Ridauto Lúcio Fernandes, comandante da Força-tarefa “Guararapes", responsável pela operação federal Potiguar III e pelo controle operacional dos órgãos de Segurança do Estado, desde 29 de dezembro passado, acredita que a sensação de segurança da população está bem melhor do que antes das forças armadas desembarcarem no Estado.
Mais do que isso, para o militar, a estabilidade já foi estabelecida desde o início da Operação Potiguar III (como também é chamada a força-tarefa).
“Olhando os indicadores podemos dizer que estamos com a situação de segurança restabelecida", afirmou o general em coletiva de imprensa ocorrida na tarde de ontem (4), na 7ª Brigada de Infantaria Motorizada, unidade localizada no bairro Tirol, em Natal. “Dá para dizer que a sensação de segurança da população potiguar mudou e melhorou”, complementou o militar.
Segundo Ridauto Fernandes, os números mostram a redução dos índices criminais na capital e região metropolitana. As estatísticas indicam a redução de roubos, quando comparados os cinco dias antes da força-tarefa com os cinco dias de operação até aqui: 41% na Grande Natal inteira.
Sobre esse tipo de crime, o comandante Fernandes afirma que nas últimas 24h contadas até a tarde de ontem, a força-tarefa havia registrado 38 roubos, sendo 25 somente de veículos. Tem sido o tipo de crime mais comum durante os dias de patrulhamento dos militares, admitiu o general do Exército.
Nos mesmos períodos analisados, o comando diz que os homicídios caíram 30%. Como exemplo de que as tropas federais conseguiram reduzir a ação da criminalidade, o general Fernandes afirmou que, somente nas primeiras 24h de operação foram 17 homicídios na Grande Natal, enquanto que de meia noite de anteontem à meia noite de ontem foram dois.
A Operação Potiguar III, que conta com a participação de 2,8 mil militares do Exército, Marinha e Aeronáutica que integram comandos no Rio Grande do Norte e em outros estados nordestinos, dura oficialmente até o próximo dia 12 de janeiro, podendo ser prorrogada se o Ministério da Defesa assim autorizar.
Contudo, na coletiva de imprensa, o general Ridauto Fernandes disse não haver indicação de que isso ocorra, por enquanto. “Estamos trabalhando no sentido de que não haja a necessidade de prorrogação da missão. Essa é uma hipótese que trabalhamos e é bem realista”, adiantou o general Ridauto Fernandes.
Centro operacional
Antes da coletiva de imprensa, os jornalistas visitaram o chamado Centro de Operações Interagência, uma espécie de centro de comando existente no interior da 7ª Brigada de Infantaria Motorizada, onde é concentrada a coordenação da Operação Potiguar III.
É da sala com representantes de todos os órgãos integrados na força-tarefa, como Exército, Marinha, Aeronáutica, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, entre outros, que partem as ações vistas pela população nas ruas de Natal e região metropolitana.
Há monitores onde os operadores monitoram as ocorrências registradas no Ciosp, da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte, e também o chamado Sistema “Pacificador”, das Forças Armadas.
As forças de segurança possuem o apoio aéreo de dois helicópteros, tendo um deles equipamento de captação de imagens aéreas, até mesmo noturnas.
Segundo o comando operacional, um dos sucessos da força-tarefa foi ter aumentado a quantidade de ocorrências registradas no Ciosp atendidas. Houve um salto de 4% para até 50% o número de ocorrências atendidas pelas equipes nas ruas.
Essa é a primeira operação interagências (ou seja, entre diversos órgãos de segurança pública) coordenada diretamente pelo Ministério da Defesa na história da Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Esta é uma política implantada pelo governo federal que, basicamente, concede às Forças Armadas o poder de polícia, principalmente, quando há o esgotamento das forças de segurança pública estadual em situações de crise. Essa é a terceira vez que a medida é adotada no Rio Grande do Norte desde o início da gestão Robinson Faria.
Fotos: ALA 10 / FAB
¹com Tribuna do Norte (RN)