Ten Cynthia Fernandes
Ele não atravessou o Oceano Atlântico para lutar durante a Segunda Guerra Mundial, embora estivesse fardado e servisse às Forças Armadas. Ainda assim, o Primeiro Tenente Jayme Fontoura Carpes, hoje com 100 anos recém-completados, é uma das memórias vivas que comemoram o Dia da Vitória, celebrado em 8 de maio de 1945 – data formal da derrota da Alemanha nazista e a vitória do grupo dos países Aliados.
Na época da guerra, o então Sargento Jayme atuava em missões de patrulhamento da costa brasileira. Embarcado em aeronaves, auxiliava no apoio ao País, uma vez que o mundo se dividia em duas partes.
O militar relembra como foi o retorno de colegas que foram para a Itália. “Lembro desse dia com muito carinho e emoção. Lamento não ter ido”, comenta.
Aos 17 anos, o jovem de Santa Maria (RS) ingressou nas Forças Armadas através do Exército, servindo no Núcleo do Terceiro Regimento de Aviação do Exército (3º RAV), unidade que foi transferida para Canoas (RS) tempos depois, em 1937. Com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 1941, a unidade passou para a FAB, que denominou essas unidades como Zonas Aéreas.
Durante dez anos da carreira militar, o Sargento ajudou também no transporte de passageiros do Rio de Janeiro para o estado do Acre. Com essa experiência, acumulou mais de seis mil horas de voo. Grande parte, embarcado num Douglas C-47, versão militar do DC-3. Mesmo não carregando o título de herói de guerra, o Tenente Jayme guarda com honra e carinho a oportunidade de ter servido à FAB e ao País.
O centenário, que recebeu uma homenagem da Ala 3 durante o aniversário comemorado em 12 de março, ressalta: “Fui um guerreiro e estava disposto a arriscar a vida”.