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LAAD Bastidores 4 – KC-390 Promissor com Grandes Desafios à Frente

DefesaNet Agencia de Notícias

O Programa Estratégico do avião de transporte e reabastecimento KC-390, em desenvolvimento pela EMBRAER Defesa e Segurança em análise.
 
Descrição:

O KC-390 será uma aeronave de transporte militar e reabastecimento em voo, capaz de operar em pistas com pouco preparo, localizadas em qualquer latitude e longitude do globo terrestre, em regiões como a Antártica, a Amazônia e o Pantanal. Quando estiver pronto, ele substituirá os C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB). Será urna das mais importantes ferramentas da FAB para cumprir sua missão constitucional e prover mobilidade estratégica às forças de defesa do Brasil,

A Força Aérea assinou contrato com a Embraer para o desenvolvimento, fornecimento de protótipos e preparação da industrialização da aeronave. Argentina, Portugal e República Tcheca são parceiros no desenvolvimento e fabricação de parte da estrutura do KC-390.

Importância Estratégica:

O desenvolvimento do KC-390 projetará e solidificará o Brasil como um dos grandes produtores de equipamentos de defesa no mundo. Além de possuir grande potencial de exportação, a aeronave é um produto de alto valor agregado e poderá servir a um mercado de mais de 70 países.

Para atender às necessidades do país, tanto na sua missão de caráter militar, como a de ajuda humanitária de âmbito civil, o KC-390 será capaz de ser empregado em qualquer latitude e longitude do globo terrestre, cumprindo missões como: auxílio em caso de calamidades públicas, apoio e ajuda humanitária internacional e suporte aos pelotões de fronteira.

Principais Benefícios:

• Elevação da capacidade operacional da Força Aérea Brasileira;
• Aumento das exportações (estudos indicam um mercado endereçável de cerca de 700 aeronaves, o que pode corresponder a, aproximadamente, US$ 20 bilhões de exportações em 20 anos);
• Geração de empregos de alta qualificação durante as fases de desenvolvimento e de produção em série;
– Domínio de novas tecnologias (o projeto implica domínio de sistemas de controle fly-by-wire, de sistemas de manufatura de ponta, do uso de novos materiais e da integração de software embarcado).

Cronograma de Execução:

O desenvolvimento do KC-390 foi iniciado em 2009. Até o momento, três fases já foram concluídas: a de estudos preliminares, a de definições iniciais e a de definições conjuntas, encerrada em setembro de 2012, com a documentação da configuração final da estrutura, aerodinâmica, sistemas, tecnologias e processos de manufatura. Em outubro de 2012, foi iniciada a fase de projeto detalhado, com a construção de dois protótipos, realização de ensaios em voo e certificação civil e militar. O término está previsto para 2016.
 
Notas DefesaNet

A coletiva sobre o KC-390 na LAAD, a primeira em quatro anos no Brasil, foi muito significativa. Tanto pelo que foi mostrado como o que não foi mostrado ou respondido.

A apresentação conduzida pelo presidente da Embraer Defesa e Segurança ,  Luiz Carlos Aguiar e o Gerente do Programa,  Paulo Gastão , com a presença na mesa do Comandante da Aeronáutica Brigadeiro Saito e Geraldo Gomes, VP International Business Development.

O programa KC-390 é inovador e desafiador ao integrar novas tecnologias no estado da arte ao projeto.  Mencionamos três:

– “Active Side Sticks” , ou manetes de controle de voo ativos, desenvolvidos pela BAE Systems e empregados no caça F-35, sendo o KC-390, a primeira aeronave a usá-los além do caça americano;
– Aviônicos  wide screen,  desenvolvidos pela RockwellCollins,  e ,
– Contrôle de voo “Fly by Wire”.

Desafio Integração de Sistemas – Paulo Gastão questionado se a Gerência do Programa KC-390 sente-se confiante de que os principais  sistemas estarão integrados, em um prazo de tempo relativamente curto, de 15 a 18 meses , até o primeiro voo mostrou-se confiante. Incluindo a construção do protótipo.  Baseou sua afirmação na etapa, recém cumprida, a Revisão Crítica de Projeto (CDR – Critical Design Review), onde pode verificar os interfaces e requisitos de cada sistema.
 

Aeronave Multimissão – A EDS apresenta a aeronave de transporte KC-390 como uma aeronave multimissão, ou um novo conceito: o Multirole Transport Aircraft. Entre as verões apresentadas estão as:

– Transporte Militar e uma versão civil (como já discutida para os Correios do Brasil;
Evacuação de Feridos (ambulância);
Busca e Salvamento (SAR);
Ajuda Humanitária;
– Combate à Incêndios, e a verão
Reabastecedor Aéreo que estará incorporada à cada aeronave.

A possibilidade de integrar sistemas  Eletro-ópticos e de Visão Térmica para missões SAR.

Perspectivas de Mercado – A EMBRAER e a FAB apostam na substituição  de aeronaves americanos LockheedMartin C-130 Hércules e versões antigas de aeronaves soviéticas como os  Antonov 12.  Em um mercado potencial de 728 aeronaves, 77 países e um valor total de U$ 50 bi. Destes a EDS vê como um market share no valor de  U$ 20 bi ou 40%.

Preço do KC-390 – O presidente da EDS, Luiz Carlos Aguiar foi ambíguo na resposta, porém afirmou que o preço surpreenderia os concorrentes.  A faixa que é possível prever vai de um mínimo de 60 milhões a 110 milhões de dólares cada aeronave. Durante a apresentação uma tela afirmava que as condições de preço e entrega já estavam definidas.

Performance  – O desempenho projetado do KC-390 foi o ponto alto do material apresentado pela EMBRAER Defesa e Segurança na Conferência de Imprensa. 

Os dados básicos da aeronave

Velocidade de Cruzeiro Max.  465 nós / 837 km/h
Carga Máxima    23000 kg
Carga Máxima Concentrada (Veículo Blindado)  26.000kg
Altitude Máxima Operacional  36000 pés / 11.500m  

Vários Projetos Estratégicos Brasileiros estão sendo projetados /desenvolvidos tendo como limites as dimensões físicas e de peso do KC-390, entre estes,   os projetos:  do blindado Guarani, o ASTROS 2020 e Sistemas de Defesa Aérea .

Ao romper a o limite de carga dos 20.000kg, padrão ao C-130, incluindo a versão J, o KC-390 dará não só a capacidade de transporte tático militar como a abrangência estratégica. A possibilidade mobilizar uma bateria de ASTROS 2020, com sistemas de Defesa Aérea incorporados, dará ao Governo Brasileiro uma capacidade estratégica sem precedentes.

Incluindo a possibilidade de veículos blindados poderem ser embarcados com blindagem adicional e munição a bordo, prontos para o emprego operacional ao chegar no destino.

Participação Multinacional  – A participação dos países integrantes estratégicos, em parênteses aeronaves com cartas de intenção:

Argentina (6);
Colômbia(12);
Chile (6);
Portugal (6);  
Rep. Tcheca (2), e,
Brasil (28)

 

Abertura de vendas – O anúncio oficial de abertura de comercialização das aeronaves KC-390 abre o ciclo de vendas internacional. A expectativa de fechamento do primeiro contrato de venda até o primeiro trimestre do próximo ano. Que poderá ser tanto com os países participantes do Programa KC-390 como outros, segundo as palavras de Aguiar.

Participação da  BOEING –  A participação da Boeing no programa KC-390 é apresentado pela EMBRAER Defesa e Segurança como um reforço na área comercial. A BOEING através da sua Presidente no Brasil,  Sra. Donna Hrinak, informou à DefesaNet, em Outubro passado, que além da área comercial o apoio da BOEING incluía detalhes e revisões do projeto, em especial nas partes sujeitas ao maior stress, e uma consultoria operacional.

Perguntado se a participação da Boeing no projeto KC-390, tornava o F/A-18 Super Hornet E/F, com maior credenciais ao Programa F-X2, Aguiar, reforçou que neste momento a participação da BOEING está voltada às áreas do KC-390. Ao seu lado um impávido Brigadeiro Saito não emitiu um sinal.

Expectativas – A aeronave de transporte tático militar e de reabastecimento (mais as outras missões citadas acima), abre um mercado ao maior projeto industrial-militar da história brasileira. Equiparado em complexidade ao PROSUB na sua totalidade e o submarino com propulsão nuclear.

A EMBRAER Defesa e Segurança tem a responsabilidade e obrigação de claramente expor ao Palácio do Planalto, Ministério da Defesa e Força Aérea Brasileira se o fluxo financeiro previsto está ocorrendo.

As fases vindouras:  industriais, de projeto, integração, marketing, testes de voo, enfim uma ampla gama de desafios. Age correto a EMBRAER Defesa e Segurança em agir com discrição na condução do projeto. Porém a responsabilidade para o sucesso ou não transpõe, em muitos, os limites de São José do Campos.

 

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