Israel Blajberg (*)
O comboio da comitiva aproxima-se do portal da Base Aerea de Anapolis, hoje Ala 2. Área imensa, à distância hangares, prédios, galpões. Pouco a pouco adentramos o enorme complexo. Não há muito movimento nem ruído, apenas tranqüilidade, nesta que é a guardiã do espaço aéreo da Capital e do Brasil. Mas não se enganem pretensos invasores, sob o teto dos hangares e hangaretes, repousam as máquinas de guerra que repelirão qualquer afronta de invasor estrangeiro.
Somos conduzidos ao local das boas-vindas e apresentação, um grande auditorio onde já nos espera o comandante Cel Av Mioni, saudando os visitantes. A palestra transcorre em tom agradável para os olhos e para o coração.
Em seguida visitamos a Unidade de Artilharia Anti-Aérea, o F5-EM e o RC-99. Mas a atração maior nos aguarda. Imenso, sua silhueta portentosa mas elegante aparece repentinamente diante de nossas vistas. Admirando a aeronave mesmo sem autorização para adentrá-la, podemos entreolhar pelas portas e avaliar a qualidade, a perfeição, o conforto, o posicionamento dos bancos, a modernidade dos instrumentos de cabine, as turbinas, as rodas, pistões, tudo rutilante de novo, a ultima tecnologia disponível. A suavidade dos materiais, da pintura, dos metais, deixa transparecer o carinho com que foi idealizado, projetado e construido. Diferente do Hércules rústico, o KC-390 alia a elegância do design ao elevado padrão aeronáutico de desempenho.
Conhecer o KC-390 da EMBRAER foi conhecer as potencialidades do Brasil. Certamente é uma das nossas ilhas de excelência, neste pais que o ex-presidente do BNDES e professor da PUC, o Economista Edmar Bacha definiu como Belindia.
A visão do belo pássaro verde-escuro nos faz refletir sobre as magníficas máquinas voadoras produzidas no Brasil, como o Tucano, que a EMBRAER exportou para os cadetes ingleses aprenderem a voar. Afinal, um brasileiro é que fez subir aos ares em Bagatelle o mais-pesado-que-o-ar.
Deixamos a Base certos de que o pais caminha para um futuro radiante. Saberemos vencer as não poucas adversidades do caminho, óbices notáveis que serão transpostos
“ … aterissamos em Londres … Olhando pela janela, silhueta familiar se destaca ao longe, de esbelta e elegante aeronave, entre gigantescos Boeing e Airbus. Logo identificamos o pássaro brasileiro. Sim, é o o nosso EMBRAER-195, bi-jato para 116 passageiros ostentando as cores da British Airways e uma pequena bandeira verde-e-amarela na fuselagem.. Dá vontade de bradar – somos brasileiros, e que aquele avião foi fabricado pela EMBRAER em São Jose dos Campos… bem, não iria adiantar muito… ninguém ali entende português … “
Quem conhece o KC-390 não pode deixar de sair convencido de que o Brasil é certamente uma grande nação em busca do seu destino, o Bem Comum a ser alcançado um dia.
Os onibus da comitiva ultrapassam o portão. Após a proveitosa visita, felizes por termos tido o privilégio de conhecer esta magnifica Base por dentro, e assim poder sonhar sobre os horizontes desta terra que um dia Stefan Zweig profeticamente identificou como sendo O Pais do Futuro.