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Infantaria da FAB segue em constante modernização

Tenente Cristiane dos Santos, Ten Emília Maria e Capitão Landenberger


Além dos Oficiais de Infantaria, o segmento conta com especialistas de Guarda e Segurança, Suboficiais, Sargentos, Cabos e Soldados, bem como militares de outros quadros e especialidades que atuam de forma complementar nas unidades da tropa terrestre da Força Aérea

A primeira tropa de Infantaria da Aeronáutica foi criada no Reino Unido, com a Royal Air Force Regiment, na década de 1940. Este foi o primeiro corpo de tropa terrestre combatente de uma força aérea e surgiu da necessidade advinda dos ataques de superfície às instalações aeronáuticas durante a Segunda Guerra Mundial.

O objetivo era evitar a tomada de pistas e a destruição de aeronaves, equipamentos e suprimentos. No Brasil, em 11 de dezembro de 1941, surgia a Infantaria da Aeronáutica, por meio da criação das seis primeiras Companhias de Infantaria de Guarda, nas Bases Aéreas de Belém, Fortaleza, Recife, Galeão, Natal e Salvador.

O objetivo principal era a proteção e a guarda das instalações militares da Força no litoral brasileiro. Em 1982, com o início da Guerra das Malvinas entre a Argentina e o Reino Unido, acendeu-se um alerta.

Segundo o Comandante da Primeira Brigada de Defesa Antiaérea (1º BDAAE), Brigadeiro de Infantaria Luiz Marcelo Sivero Mayworm, a proximidade do conflito despertou a FAB para a necessidade de aperfeiçoamento da sua Infantaria: “Foi o momento em que a Força Aérea percebeu que a guerra já não estava tão distante. Em uma das ações de incursão britânica, a Argentina foi atacada e teve dez aeronaves Pucará e um T-34 destruídos no solo. Na ocasião, a Força Aérea Argentina não tinha Infantaria e os aviões estavam totalmente desprotegidos”, descreve.

A ação chamou a atenção da Força Aérea Brasileira, que decidiu pela criação do Quadro de Oficiais de Infantaria da Aeronáutica, iniciando, naquele mesmo ano, a formação da primeira turma na Academia da Força Aérea Brasileira (AFA)”, explica o Oficial-General, cadete da terceira turma do Quadro.

Os anos passaram e a Infantaria da Aeronáutica continua com a responsabilidade de executar ações defensivas, ofensivas, especiais e de proteção das instalações da Força Aérea.

O Conceito de Emprego, em discussão no Comando de Preparo (COMPREP), define três áreas de atuação: Segurança e Defesa (SEGDEF), Defesa Antiaérea (DAAE) e Operações Especiais (OpEsp).

Cada uma delas agrupa um conjunto de Ações de Força Aérea específicas: SEGDEF – Segurança das Instalações, Polícia da Aeronáutica e Autodefesa de Superfície; DAAE – Auto-defesa Antiaérea; e OpEsp – Ação Direta, Reconhecimento Especial, Contraterrorismo e Guiamento Aéreo Avançado.

Ao longo dos últi mos anos, o emprego das Unidades de Segurança e Defesa vem se acentuando em Operações de Garantia da Lei e da Ordem; na atuação em proveito dos grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014, os Jogos Mundiais Militares de 2015 e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016; em Missões de Paz, sob a égide da ONU, como na estabilização do Haiti; e nas Operações de Garantia da Votação e da Apuração de eleições no país.

O Brigadeiro Mayworm explica que as demais vertentes de atuação da Infantaria da FAB surgiram com o tempo. O Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR), Unidade de Infantaria incumbida das Operações Especiais, teve sua origem em 1963, associada à história da Busca e Salvamento (SAR) no Comando da Aeronáutica.

Seu primeiro Comandante foi o Tenente–Coronel Gil Lessa, oficial da antiga Infantaria de Guarda, hoje Infantaria da Aeronáutica. Sediado, inicialmente, no Campo dos Afonsos (RJ), o PARA-SAR participou do socorro às vítimas de acidentes significativos na história da aviação nacional, como o caso do FAB 2068, em 1967; do VARIG 254, em 1989; do GOL 1907, em 2006; e do Air France 447, em 2009.

Atualmente sediada em Campo Grande (MS), a unidade continua vinculada às atividades de Busca e Salvamento, que, segundo o Brigadeiro Mayworm, sempre foi uma atividade de grande importância para a Força. Além de poder contribuir com a sociedade em tempos de paz, nos acidentes aeronáuticos, a atividade tem papel essencial na guerra.

Nas Operações Especiais, integrou o segmento de combate ao terrorismo nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. A Defesa Antiaérea teve sua origem em 1997, com a ativação da Companhia de Artilharia Anti aérea de Autodefesa (CAAAD), na estrutura do Batalhão de Infantaria da Aeronáutica do então Quinto Comando Aéreo Regional (V COMAR). Seu primeiro Comandante foi o Capitão de Infantaria Luiz Joaldi Alves Limeira.

Hoje, com uma doutrina consolidada, a Defesa Anti aérea abrange uma Brigada – a 1ª BDAAE, integrada por três Grupos de Defesa Antiaérea (GDAAE): o 1º GDAAE, sediado em Canoas (RS); o 2º GDAAE, em Manaus (AM); e o 3º GDAAE, em Anápolis (GO). “Já temos uma doutrina estabelecida e unidades bem estruturadas que dão suporte, a partir do chão, para o domínio do Espaço Aéreo”, afirma o Brigadeiro Mayworm.

As Unidades de Defesa Antiaérea também tiveram participação importante na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, com destaque para o evento de abertura da Olimpíada, no Rio de Janeiro (RJ), realizado em período noturno.

Modernização

Em continuidade ao processo de Reestruturação do Comando da Aeronáutica, os Batalhões Especiais de Infantaria da Aeronáutica (BINFAE), os Batalhões de Infantaria da Aeronáutica (BINFA) e as Companhias de Infantaria da Aeronáutica Isoladas (CINFAI), a partir de 16 de maio de 2018, por efeito da Portaria nº 673/GC3, foram reorganizados, dando origem aos Grupos (GSD), Esquadrões (ESD), Esquadrilhas (EASD) e Elemento de Segurança e Defesa (ELSD), constituindo, ao todo, 28 Unidades de Segurança e Defesa (USEGDEF).

Na primeira década do século 21, as Unidades de Infantaria já haviam sido submetidas a processo de reestruturação, quando, em Guarnições de Aeronáutica específicas, houve a fusão de Unidades de Infantaria da estrutura de diferentes Organizações Militares, dando origem aos BINFAE.

No presente, além da concentração dos meios de Segurança e Defesa, foi possível focar os esforços das USEGDEF na sua missão, que é realizar Ações de Segurança das Instalações, Polícia da Aeronáutica e Autodefesa de Superfície em favor da proteção dos meios de Força Aérea, contribuindo para a manutenção da soberania do espaço aéreo e para a integração do território nacional, com vistas à defesa da Pátria.

Fotos: Sgt Johnson Barros e Cabo André Feitosa/CECOMSAER

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