Em visita de dois dias à Índia, o ministro da Defesa Jean-Yves Le Drian se encontrou nesta segunda-feira pela primeira vez com o indiano Manohar Parrikar, que ocupa o mesmo cargo. Depois do encontro, os dois prometeram concluir rapidamente o contrato – a assinatura vem sendo adiada há três anos.
Em Paris, o presidente François Hollande pediu “prudência”, dizendo que o melhor método em relação a esse tipo de contrato "é o silêncio." "Poderemos falar sobre o assunto assim que o acordo for concluído."
A Dassault, que fabrica o Rafale francês, iniciou negociações exclusivas com a Índia em 2012 para o que vem sendo considerado pela França “como o contrato do século”. Orçado inicialmente em US$ 15 bilhões, ele inclui a transferência de tecnologia e prevê a fabricação de 18 aviões na França e de 108 na Índia.
“Para um projeto deste porte e desta complexidade, que implica na transferência de know-hall para diversos parceiros industrais na Índia, o ritmo das discussões é comparável ao de outros tipos de negociações bilaterais”, disse o ministro francês em entrevista ao jornal Pioneer, dizendo que os dois governos “se esforçam” para finalizar o contrato o mais rápido possível.
Transferência de tecnologia é complexa
A fabricação dos aviões na Índia estará a cargo do grupo indiano Hindustan Aeronautics Limited (HAL), em Bangalore. Em março, Paris e Nova Deli haviam fechado um acordo sobre a divisão de tarefas. De acordo com a imprensa indiana, as discussões agora envolvem prazos e o seguro para os caças produzidos na Índia. Desde o seu lançamento, em 1989, o Rafale nunca foi vendido para outros países.
O caça chegou a participar e ser dado como favorito da licitação da nova frota da FAB (Força Aérea Brasileira), mas perdeu a concorrência para o Grippen, da sueca Saab. O governo brasileiro anunciou sua decisão em dezembro de 2013, depois de 13 anos de negociações.