A sua trajetória na enfermagem civil e militar e, especialmente, a sua atuação na Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a 2ª Guerra Mundial proporcionaram à Capitão Enfermeira do Exército, Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero, mais um reconhecimento em forma de honraria.
No dia 4 de março de 2020, a capitão foi homenageada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), com o título de Doutora Honoris Causa, uma honraria concedida pelas universidades a pessoas que se destacam em sua área de atuação.
A oficial é a primeira das 67 enfermeiras do Exército Brasileiro, que também participaram do conflito, a receber esse título. Na ocasião, a filha da capitão enfermeira, a química Daisy de Niemeyer Portocarrero, representando a mãe, recebeu a homenagem realizada no auditório da UNIRIO, na Urca, no Rio de Janeiro.
A indicação da outorga teve por base intelectual a pesquisa realizada durante o pós-doutorado da Doutora Margarida Bernardes. O trabalho reconstruiu a trajetória de vida e as memórias de Virgínia Portocarrero, primeira mulher enfermeira e militar a ter um acervo na Casa de Oswaldo Cruz/ FIOCRUZ, composto por fotos, cartas, bilhetes, canções e um diário sobre o front.
Aos 102 anos, Virgínia Portocarrero é bacharel em Desenho pela Universidade do Brasil, atual UFRJ, com formação complementar de Prática de Laboratório no Hospital São Sebastião, além de possuir diversas condecorações de reconhecimento pelos seus feitos durante a 2ª Guerra Mundial.
A mulher, que aliviou a dor e o sofrimento dos necessitados em um momento de conflito internacional do século passado, soube lutar sem derramar sangue e cumpriu sua missão no desafio de afastar a morte e assegurar a vida.