Tatiana Santiago
A Guarda Civil Metropolitana de São Paulo irá usar drones para ações de policiamento preventivo na cidade. Os equipamentos, que foram lançados nesta segunda-feira (24) em evento com o prefeito João Doria (PSDB), deverão ser usados em eventos onde há grande aglomeração de pessoas.
Atualmente, a responsabilidade desse tipo de monitoramento é da Polícia Militar, órgão de segurança pública do estado de São Paulo. O prefeito João Doria diz que as duas polícias atuam de forma integrada. À Guarda Municipal cabe, conforme trecho do artigo 144 da Constituição, a proteção de bens, serviços e instalações dos municípios.
De acordo com o prefeito, a definição dos locais por onde os drones circularão será feito pela própria Guarda Civil. "O uso dos drones será o policiamento preventivo, ações preventivas em áreas que serão estabelecidas pela Guarda Civil Metropolitana diariamente em situações que exijam uma atenção especial, como aglomerações e superlotação de pessoas e áreas que possam apresentar risco, inclusive entrada e saídas de áreas de futebol, onde você tem uma superaglomeração de pessoas. São áreas sempre de risco", afirmou o prefeito.
"Embora a coordenação seja de responsabilidade integral da Polícia Militar, mas a colaboração hoje da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar de São Paulo é absolutamente horizontal, nós temos uma operação absolutamente integrada", ressaltou Doria, sobre o aumento de atribuições da GCM que ganha poder de polícia.
Os drones também servirão para identificar criminosos, atribuição hoje dos agentes da Secretaria da Segurança Pública. "Quem está na rua uniformizado está sujeito a enfrentar situações de risco. Quando encontrar um flagrante, um agente público deve fazer sua responsabilidade", declarou o secretário da Segurança Urbana, coronel José Roberto.
Os novos equipamentos serão usados, ainda, pela Defesa Civil municipal para mapear áreas de risco e situações de catástrofes.
Parceria com fabricantes chinesas
Ao todo, a Prefeitura de São Paulo recebeu cinco drones de duas fabricantes chinesas, além de 15 kits com câmeras corporais (bodycam) e câmeras para as viaturas. O uso dos equipamentos faz parte do programa Dronepol, que entrará em funcionamento no dia 15 de maio.
Essa foi mais uma parceria com a iniciativa privada, estimada em R$ 650 apenas com os equipamentos. Outra companhia doará R$ 150 mil em serviços de suporte e consultoria para o treinamento dos profissionais.
Investigação de abuso de poder
Os 15 kits com câmeras serão instalados nas viaturas e nas fardas dos guardas-civis. As câmeras gravam e armazenam imagens com as coordenadas geográficas dos agentes durante o patrulhamento. Com o novo equipamento, a GCM também poderá investigar casos de abuso de poder e procedimentos adotados incorretamente por guardas.
"Isso faz parte de um projeto que a gente vai entender como funciona o trabalho diário do Guarda Civil Metropolitano", afirmou o secretário da Segurança Urbana. "A gente quer usar a tecnologia em favor do cidadão e do guarda. Isso que a gente quer fazer", disse José Roberto.
Com o uso da tecnologia, a corporação poderá investigar abordagens dos guardas aos moradores de rua e em perseguições. "Esse instrumento vai ser importante também para isso. Você tem o aspecto de identificar o que aconteceu, o que foi falado, de confrontar as informações e falar o que aconteceu", declarou o coronel.
Drones
Um dos equipamentos que será usado pelo GCM é da empresa Dahua Technology, fabricado em fibra de carbono ultraleve e pesa 3 kg. Ele é considerado o drone mais sofisticado do mundo e custa cerca de R$ 400 mil. O equipamento pode voar em temperaturas extremas que variam entre -20C a 60C e atinge uma velocidade de até 54 km/h. O aparelho tem autonomia de voo de 35 minutos e é programado para retornar à base caso a bateria fique fraca.
Os outros quatro drones são da marca DJI e pesam 1,3 kg cada, podendo voar por 30 minutos. Eles possuem câmeras de alta definição e atingem velocidade máxima de 72 km/h. O equipamento possui cinco sensores infravermelhos de obstáculos. Os sensores podem parar o drone ou desviá-lo de obstáculos naturais ou artificiais.