Ten Gabriélli Dala Vechia
Militares da Força Aérea Brasileira (FAB) selecionados para atuar nos processos de implantação e operação do novo caça Gripen NG no país estão participando de uma série de eventos no exterior. O objetivo é a troca de experiências com outros países usuários do caça sueco e a qualificação dos brasileiros para receber a nova aeronave.
Na Hungria, entre os dias 5 e 9 de novembro, acontece a segunda reunião anual do Aquisition and Development Work Group (Grupo de Trabalho de Aquisição e Desenvolvimento), um dos encontros periódicos do Gripen User’s Group (Grupo de Usuários do Gripen). Em maio de 2018, a reunião foi sediada, pela primeira vez, no Brasil. Na reunião, que tem o Major-Brigadeiro do Ar Jefson Borges como representante da FAB, países que já operam o caça debatem com a fabricante SAAB questões táticas, doutrinárias, logísticas e novos desenvolvimentos, entre outras questões.
Também na Hungria aconteceu, de 24 de setembro a 05 de outubro, o Exercício Lion Effort – do qual participaram pilotos de Gripen brasileiros. Trata-se de um treinamento multinacional que acontece a cada três anos. “Na Lion Effort, países usuários de Gripen operam em conjunto, realizando missões Ar-Ar, com emprego de mísseis BVR, ou seja, Beyond Visual Range (além do alcance visual); e de mísseis infravermelhos, realizando combate WVR, ou seja, Within Visual Range (dentro do alcance visual).
Também é treinada a parte de emprego Ar-Solo, como Close Air Support, que é Apoio Aéreo Aproximado. "É bastante parecido com a CRUZEX, em que é criado um cenário e as ações são desenvolvidas nesse contexto”, explica o Coronel Aviador Ricardo Guerra Rezende, Presidente do Grupo Fox. O grupo foi criado para coordenar as ações para implantação do Gripen NG na FAB.
Intercâmbios
Já na Tailândia, um dos países operadores do Gripen, dois oficiais da FAB iniciaram, na segunda-feira (05/11), um intercâmbio que deve durar três meses. Os militares, que são das áreas operacional e logística, observarão como eles operam, quais são os óbices, como funciona a parte de recursos humanos, quais as competências necessárias aos pilotos, mecânicos e operadores dos sistemas de suporte, como é a estrutura logística adotada, qual o custo operacional e como tratam a guerra cibernética, entre outros aspectos.
Na Suécia, sede da fabricante, militares da FAB – tanto pilotos como controladores de defesa aérea – realizaram treinamento em um centro de simulação de ambiente tático – o chamado FLSC (sigla em sueco para Flygvapnets Luftstrids Simulerings Centrum). Entre os dias 29 de outubro e 1º de novembro, vinte militares estiveram envolvidos na atividade, que consiste na utilização de simuladores do caça para desenvolver habilidades de gerenciamento da guerra em pilotos e controladores, dentro do cenário escolhido pelos brasileiros.
“A curva de aprendizado é muito grande: em pouco tempo, os militares são capazes de se adaptar ao sistema e utilizá-lo dentro do cenário, gerenciar a guerra. Essa é uma das missões operacionais mais importantes que a FAB realiza no exterior”, avalia o Coronel Rezende.
Próximos passos
Também na Suécia, entre os dias 19 a 22 de novembro, acontece o Gripen Tactical Leadership Training, no mesmo ambiente simulado do FLSC. A diferença é que, em vez de só brasileiros, todos os países operadores de Gripen se reúnem, promovendo intercâmbio e troca de conhecimentos.
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