Francisco Duarte
Blasting News
No final de Janeiro, durante um debate no Parlamento em que apresentava os futuros planos das Forças Armadas Portuguesas, o Ministro da Defesa João Pedro Aguiar-Branco havia referido que a anteriormente estipulada compra do novo avião de transporte brasileiro KC-390 afinal não se daria por falta de orçamento, e que ao invés se procederia a uma nova atualização da frota de 6 vetustos aviões de transporte C-130 já ao serviço da Força Aérea.
O diploma apresentado então previa a compra de dois navios de patrulha para ajudar a vigiar a vasta zona exclusiva marítima portuguesa, assim como de finalmente procurar uma espingarda automática que substitua as eficientes mas já antiquadas G3.
Contudo, nas últimas declarações proferidas da comissão parlamentar da defesa esta quarta-feira, Aguiar-Branco teria voltado atrás no que dizia respeito às aeronaves da Força Aérea, afirmando que segundo a Lei da Programação Militar se poderia avançar com a aquisição dos KC-390s, podendo a decisão ser finalizada antes do final do presente ano, com 40 milhões de euros prontos a serem disponibilizados para os primeiros pagamentos.
No entanto esta decisão não seria feita imediatamente devido à presente falta de condições para tal.
Nestas últimas declarações, o Ministro também confirmou que se iria adquirir o navio de apoio logístico Sirocco, descomissionado da Marinha Francesa e avaliado em 80 milhões de euros, e que a proposta de construção de novos vasos de guerra, avaliada em 400 milhões de euros, estaria de momento fora do alcance da Marinha.
A substituição dos aviões C-130 é desde há algum tempo um tema recorrente para a Força Aérea Portuguesa. Adquiridos já em segunda mão nos Estados Unidos em 1977, as aeronaves, três C-130H de fuselagem curta e outros três C-130H-30 de fuselagem longa e maior capacidade de carga, deveriam então manter-se em serviço até 2030.
Equipados com 4 motores turbo-hélice e considerados entre os melhores aviões de transporte tático do mundo, os Lockheed C-130 Hercules oferecem uma capacidade de transporte e apoio logístico indispensáveis a qualquer força militar moderna. No entanto, e como referido, os exemplares portugueses são antigos e é questionável se continuariam a voar mais 15 anos, mesmo se modernizados.
Já o Embraer KC-390 é uma nova aposta da construtora aeronáutica brasileira. Equipada com dois motores a jato, apresenta-se como parte de uma nova geração de aeronaves táticas a ser desenvolvidas em todo o mundo.
A capacidade de carga, de pouco mais de 20 toneladas, é equiparada à do C-130, mas o alcance de quase 5000km quando carregada é superior, assim como os instrumentos, evidentemente mais modernos.
O protótipo do KC-390 voou pela primeira vez no último dia 3 de Fevereiro, terça-feira, e é a maior aeronave já desenhada e construída no Brasil. A possibilidade de compra de 6 destes aparelhos para tomar o lugar dos C-130 foi incluída numa série de contrapartidas, como a construção da fábrica da Embraer em Évora, e apesar dos custos admite-se que seria um grande passo em frente para a ainda limitada indústria aeroespacial portuguesa.
Nota Redação On-line DefesaNet
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