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General Villas Bôas: ‘Amazônia é prioridade número um’

Jamile Alves
 


A Amazônia é a prioridade estratégica número um do Exército Brasileiro. Foi o que garantiu o general Eduardo Dias Villas Bôas, que assumiu o comando das Forças Armadas em janeiro deste ano. Durante visita à sede da Rede Amazônica, nesta quinta-feira (5), ele apontou a qualidade da internet e o acesso terrestre por rodovias como os principais desafios para a atuação militar na região.

O general chegou ao Amazonas nesta terça-feira (3). Ele acompanhou a visita do ministro da defesa, Jaques Wagner, por São Gabriel da Cachoeira (município a 852 km de Manaus) e ao Pelotão de Fonteira instalado na Aldeia Yanomami de Maturacá.

Segundo o general Villas Bôas, o Exército deve manter suas prioridades voltadas à região amazônica. "O Exército vai continuar olhando para esta região a partir do estabelecimento de que a Amazônia é a prioridade número um. Isso foi estabelecido na estratégica nacional de defesa e a prioridade continua. Até por isso ocorreu a visita do ministro, para que ele tenha uma percepção das peculiaridades da Amazônia e das demandas que a região exige", disse.

De acordo com ele, alguns projetos específicos para a região devem receber ênfase. O principal deles, conforme Villas Bôas, é o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteira (Sisfron), que é um sistema integrado de sensoriamento, apoio à decisão e de emprego operacional, com o foco em fortalecer a presença e a capacidade de ação do Estado na faixa de fronteira.

A implantação do Sisfrom na Amazônia está prevista para 2016, segundo o general. "O Sistema busca incorporar tecnologias para aumentar a capacidade de vigilância e monitoramento da fronteira. Pretendemos também melhorar as infraestruturas básicas das nossas unidades, principalmente as unidades de fronteira na parte de infraestrutura, comunicações, transporte e a parte de saneamento básico", completou.

O general informou ainda que a tecnologia deve auxiliar no combate ao narcotráfico. "Diante do gigantismo das fronteiras no Brasil – ao todo 17 mil km, sendo 11 mil km de fronteira na Amazônia -, houve um entendimento de que somente com tecnologia avançada nós teríamos capacidade de ter uma atuação efetiva", informou ele ao ressaltar a implantação experimental do sistema em Mato Grosso.

O general Villas Bôas apontou ainda os principais desafios a serem vencidos na região. "A internet ainda é uma dificuldade muito grande que o Exército tem nessa região. Por exemplo, nós temos um grande projeto de ensino a distância para as fronteiros e o gargalo realmente é a transmissão de dados, que é limitada. Além disso há a dificuldade de locamoção e então percebemos a real importância do que seria a BR-319 para a Amazônia não só para o desenvolvimento, mas também do ponto de vista estratégico e da defesa", pontuou.

Para melhorar a transmissão de dados de internet pela região amazônica, o general destacou a implantação do projeto "Amazônica Conectada", que constitui o lançamento de cabos subaquáticos ao longo das principais calhas dos rios para garantir a conexão de transmissão de dados mairo potência. O projeto deve começar a ser implantado ainda em abril.

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