Por Francisco Leali
BRASÍLIA – À espera de uma decisão do governo brasileiro sobre a compra de novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), o governo francês aposta numa solução ainda este ano. Caso contrário, será uma desilusão, afirma o embaixador da França no Brasil Yves Saint-Geours. Ele diz que, de acordo com as declarações das autoridades brasileiras, o resultado do processo de seleção da empresa que fornecerá o caça ao país teria mesmo que sair em 2012.
– É preciso ter paciência porque é uma escolha estruturante (a compra do caça), mas seria uma desilusão não ter uma decisão este ano – disse o embaixador.
Além da França, com o caça Rafale, disputam o negócio milionário os Estados Unidos com o F18 e a Suécia, com Gripen.
O diplomata francês acredita que a recente escolha do Rafale pela Índia conta pontos a favor do caça. Ele fez questão de lembrar que o ministro da Defesa, Celso Amorim, esteve na Índia e não seria difícil imaginar, segundo Saint-Geours, que o brasileiro tenha solicitado informações a respeito do processo de escolha indiano. Mas para o embaixador francês o que mais pesa a favor da proposta de seu país é a promessa de transferência de tecnologia. E os negócios que empresas francesas do setor aéreo já mantém no Brasil seria uma prova de que essa colaboração já existe.
Também envolvido nos preparativos da Rio+20, Saint-Geours afirmou que seu país e toda a comunidade europeia estão interessados em assegurar o êxito da reunião de cúpula. Segundo ele, só a delegação francesa para o encontro no Rio terá 300 pessoas.
Embora reconheça que em tempos de crise econômica falar de meio ambiente é mais difícil, o embaixador assegura que os países europeus defendem que haja compromissos sérios.
– O desafio é encontrar nova vias de crescimento sem perder a visão do modelo social – disse o embaixador.
Ele cita a necessidade de criação de uma agência especial da ONU dedicada ao meio ambiente. Ele acredita que o Pnuma, atual programa da ONU para o meio ambiente, não tem dado conta de gerenciar todas as ações do setor.
– O Pnuma não coordena bem todas as ações. É preciso melhorar. Hoje só 60 países estão vinculados e é preciso ter um sistema mais amplo, uma agência especial para o meio ambiente.