Ricardo Fan
Enviado Especial à Saicâ
Nota do Autor
Dentro da cobertura da Operação Centauro 2015, tive o privilégio de conviver um bom tempo com os integrantes da Força Oponente do CAAdEx ou ForOp, e não pude deixar de reparar, fora a cor do uniforme diferente do EB, a forma diferenciada da sua formação doutrinaria. Sua irreverência e até petulância. Mas quem for enfrentá-los prepare-se muito bem, pois derrotá-los é uma "missão quase impossível". Ricardo Fan |
Em 1996, 6 anos após de criação do Comando de Operações Terrestres (COTER), o Exército Brasieiro (EB) sentiu a necessidade de aferir como estava o adestramento de suas Organizaçõs Militares (OM) operacionais, no dia 21 de agosto de 1996, o ministro do Exercito cria o Centro de Avialição e Adestramento do Exército (CAAdEx), para avaliar a capacidade operacional da força.
O centro é um laboratório de análise da força terrestre valendo-se para isso da simulação e da modelagem imitando o ambiente de aplicação militar de operações de guerra e não guerra para diagnosticar a capacidade operacional da força terrestre baseado em metodologia de pesquisa científica. DOAMEPI – (Doutrina, Organização, Adestramento, Material, Educação, Infraestrutura). Tudo isso apoiado em quatro pilares fundamentais:
1 – OCA: Observador, Controlador e Avaliador
2 – ForOp: Força Oponente
3 – SET (Simulação de Engajamento Tático)
4 – APA: Análise Pós-Ação
(Nota do Autor – Para as definições e mais detalhes sobre o CAAdEx acesse Operação Centauro 2015 – Cel Dos Anjos CAAdEx Link)
A ForOp é uma força criada para testar/avaliar outras forças de diferentes formação, incluindo tropas de infantaria, de cavalaria, engenharia e opereções especiais do EB. "Treinando como se combate", ela é altamente adestrada e capacitada, não obedece a uma doutrina específica. Possuem total liberdade de ação após o contato com a força avaliada.
Desenvolvem técnicas diferenciadas para criar dificuldade e realismo à força avaliada no exercício e assim acabam absorvendo esse aprendizado e se adestrando de forma diferente das forças regulares do EB.
Sua formação leva em média dois anos e seu adestramento ocorre praticamente o ano todo. Criando, de certa forma, um combatente de elite.
Dentro da Operação Centauro 2015, como exemplo, a ForOp recebeu a instrução para operarem embarcados em viaturas VBTP M113Br. A missão não era fácil, seria uma fração de uma tropa blindada combatendo contra uma Sub-unidade Blindada regular do EB em seu Teatro de Operações (TO) de origem.
Ainda dentro de uma das Oficinas Práticas Contextualizadas ao qual acompanhei, dois fatos chamaram a atenção:
1 – A quantidade de "headshot" nos adversários utilizando um FAL sem mira telescópica a uma distancia considerável (aproximadamente de 200m), e,
2 – Foi o fato de um militar da ForOp conseguir sair da sua toca que estava sob ataque e capturar um blindado M113, com a tripulação, da Força Avaliada (foto), façanha que só um soldado diferenciado consegue fazer.
Entrevista o Major Trindade chefe da divisão de avaliação do CAAdEx,
DefesaNet – Como definir a Força Oponente do CAAdEx?
Major Trindade – A Força Oponente (ForOp) tem como missão principia realizar ações táticas como inimigo nos exercícios de adestramento, de forma a dar um maior realismo aos treinamentos, que Exercito Brasileiro realiza.
O Centro de Avialição e Adestramento do Exército (CAAdEx), possui 4 pilares e a ForOp é um desses pilares, além do OCA (observador controlador e avaliador), o DSet equipamento de simulação que é empregado e a APA (analise pos Ação), que é feita a coleta objetiva e subjetiva dos dados do exercicio.
A Força Oponente, por característica própria, procuramos desenvolver ao longo de sua instrução militar uma doutrina diferenciada com relação a doutrina que o Exercito Brasileiro emprega, com a finalidade de fazer que o EB realmente teste suas capacidades.
Um dado importante da Força Oponente é que ela não segue, como eu disse anteriormente, a doutrina do EB, assim, dependendo do tipo de exercício, nós empregamos técnicas, táticas de procedimentos de outros exercítos, que nos chamamos nos exercícios de Exercíto Vermelho.
A ForOp também desenvolveu uma técnica de tiro muito apurada, porque ela realiza vários exercícios com tropas de natureza diferente, então com isso ela vai se adestrando, vai aprimorando sua técnica de tiro. Em dados estatísticos levantados, a ForOp atinge aproximadamente o nível 10% em êxito de tiro em combate, assim dentro da situação tática adversa e com todas as condições adversa do exercício ela ainda consegue atingir esse nível, onde nossas tropas regulares e qualquer outra tropa de outros exércitos não atingem.
Porque a ForOp desenvolveu uma técnica de tiro muito apurada, o cotidiano, em seu dia a dia, no quartel é treinando técnicas de tiro. Nós temos uma técnica de tiro chamada de "Stress Fire", que foi trazida do Exército Israelense. E desde que a ForOp iniciou seus trabalhos ela vem ao longo do tempo desenvolvendo essa técnica de tiro e isso realmente dá um diferencial nos nossos exercícios.
DefesaNet – Como é feito o processo de seleção da ForOp?
Major Trindade – O processo de seleção da ForOp é normal, como o de qualquer outra OM, nosso recruta é selecionado normalmente, no entanto no primeiro ano já vamos identificando aqueles militares, que têm melhor aptidão para o tiro, melhor aptidão física e também a parte do afetivo e emocional.
O CAAdEx busca desenvolver atividades dentro da instrução militar que faz que identifique aqueles militares que tenham mais acentuadas essas capacidades desejadas inicialmente, inerente a força oponente, que são: Aptidão Física, técnica de tiro, resistência física e emocional, são feitas longas marchas, exercícios de longa duração para verificar se o recruta está apto para ForOp.
Nota DefesaNet,
DefesaNet soube de recente exercício de Simulação Viva com a partiicpação da Força Oponente (ForOp) do CAAdEx e do Comando de Forças Especiais do EB produziu um resultado surpreendente.
Porém, as fontes não confirmam e respondem com um sorriso enigmático.
O Editor