Cerca de 12,7 mil militares, 77 aeronaves e apoio logístico sólido formam a estrutura responsável por garantir a fluidez do tráfego e a segurança do espaço aéreo do Brasil durante a Copa do Mundo. Com um esquema especial que inclui delimitação de áreas de restrição nas proximidades dos 12 estádios e policiamento aéreo, a Força Aérea Brasileira (FAB) está preparada para o Mundial.
O contingente foi dividido em grupos de funções variadas: defesas aérea e antiaérea, segurança e defesa, recepção de autoridades, apoio logístico das bases aéreas e centro de operações militares. Uma atuação integrada já posta em prática em eventos como a Copa das Confederações, que teve jogos em seis cidades, e a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro (RJ), em 2013.
“Foi com essa mesma sincronia que os órgãos envolvidos desenvolveram um plano econômico e eficiente para a Copa do Mundo, mantendo a soberania nacional e a segurança dos voos durante 24 horas”, afirmou o comandante do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), major-brigadeiro do ar Antonio Carlos Egito do Amaral, em depoimento à revista Aerovisão, da FAB.
O plano é semelhante ao das ocasiões anteriores. São três zonas de exclusão aérea nas cidades dos jogos: a área “branca”, reservada, que começa a cerca de 100 km dos estádios; a “amarela”, restrita (12,6 km); e a “vermelha”, proibida (7,2 km). O período de ativação dependerá da importância das partidas. Helicópteros, caças, aviões-radar e reabastecedores voarão durante as horas de exclusão.
Defesa marítima e fluvial
Não é apenas o espaço aéreo que estará mais protegido durante a Copa do Mundo. Ações de defesa de área marítima e fluvial, a cargo da Marinha, também englobam o planejamento das Forças Armadas para o evento. Atividades de patrulha e de inspeção naval serão intensificadas para garantir a segurança contra ameaças vindas do mar e do uso indevido das vias fluviais.
O controle e a segurança do tráfego marítimo e fluvial, a salvaguarda da população e a prevenção e o combate da poluição hídrica serão fortalecidos. Vinte navios e 60 embarcações de pequeno porte atuarão especificamente durante a Copa.
Orçamento
Para assegurar a execução do planejamento Ministério da Defesa, o governo federal investiu, desde 2012, R$ 709 milhões na modernização e no preparo do aparato militar da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Parte desses recursos foi investida na aquisição de novos equipamentos e tecnologias, que ficarão como legado para as Forças Armadas utilizarem em novos eventos. A preparação para atuar na matriz de segurança da Copa do Mundo de 2014 começou há pelo menos quatro anos. Observadores militares foram enviados às Olimpíadas de Londres, em 2012, e à Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, por exemplo.
Interceptação
É uma sequência de ações conduzidas com o objetivo de retirar uma aeronave suspeita de uma área de restrição aérea. Funciona mais ou menos assim: a presença da aeronave suspeita é detectada por um radar; a aeronave interceptadora é acionada e se aproxima da interceptada, se identifica e emite instruções de modo que a interceptada desvie sua rota ou pouse em um aeródromo próximo indicado. A interceptadora inclusive acompanha a interceptada até que ela se retire.