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Festa Nacional da Cavalaria 2012

O Parque Histórico Marechal Manoel Luis Osorio foi o palco da Festa Nacional da Cavalaria, no sábado, 12 de maio de 2012. Cerca de 4 mil pessoas estiveram presentes naquele Sítio Histórico, situado no Km 101 da RS – 30, Auto Estrada Osorio-Tramandaí.  

A Festa comemorou, em âmbito nacional, o dia da Arma de Cavalaria, data marcada pelo nascimento de seu ilustre Patrono, o Marechal Osorio: 10 de maio de 1888, na Fazenda Conceição do Arroio, local onde hoje situa-se o Parque Osorio.

As atividades inicaram com a Exaltação ao Marechal Manoel Luis Osório, com cavalarianos representando sua história e suas batalhas.

A seguir, veículos blindados sobre rodas, jipes e carros de combate sobre lagartas realizaram demonstrações, com sobrevôo de 3 helicópteros.

O Carrossel, uma série de evoluções a cavalo, encantou os presentes, inclusive com uma homenagem às mães: os cavaleiros formaram um grande coração.

O ponto culminante do evento é a Carga de Cavalaria, que simula um ataque em massa, onde cavalos, jipes, blindados e helicópteros passam em disparada.

O evento foi organizado pelo 3º Regimento de Cavalaria de Guarda – "REGIMENTO OSORIO", a mais antiga Unidade de Cavalaria do Exército Brasileiro, Organização Militar que, por duas vezes em sua história, foi comandada por Osorio.

Participaram do evento Carros de Combate do 4º Regimento de Carros de Combate – Rosário(RS), Cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras – Resende(RJ), Pelotão de Cavalaria Mecanizado do 8º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado – Porto Alegre(RS) e aeronaves do Batalhão de Aviação de Exército – Taubaté(SP).

Site: www.osorio.org.br
 
CAVALARIA
 
O surgimento da guerra como choque de vontades determinou – aos homens – incansável busca por lutar com superioridade. 

 Os guerreiros de outrora perceberam, enfim, a importância da situação em que se devia combater: criaram-se plataformas móveis e foram feitas associações aos animais de maior porte, obtendo-se, deste modo, decisiva vantagem em mobilidade e poder de choque. Tal avanço, em sânscrito, foi denominado "akva", origem da palavra "cavalaria". 

O caballus, palavra do latim, foi o animal que melhor encarnou esta forma de combater. Inicialmente empregado em carros de guerra ou bigas no Egito, Suméria e Roma, somente com sua montaria – em simbiose única na Natureza – gerou-se o mais formidável conjunto da História, sob o comando do Cavaleiro, monarca dos horizontes largos e desconhecidos. 
 
A velocidade dos corcéis transformou a percepção humana do tempo e do espaço, expandiu consciências e, sob a égide eqüestre, uma plêiade de chefes militares fez impérios florescerem e ruírem: Alexandre Magno, Aníbal, Júlio César, Átila, Gengis Khan, Carlos Magno, Frederico II e Napoleão. 
   
Frederico II e Napoleão, de modo especial, empregaram magistralmente a Cavalaria, modulando suas missões clássicas de reconhecer, cobrir, retardar, envolver e perseguir, consolidando-a, assim, como a Arma da Decisão. 

No Brasil, as origens da Cavalaria ligam-se à organização do Regimento de Dragões Auxiliares, em Pernambuco, ao término da resistência contra os holandeses em Pernambuco, em meados do século XVII.  

Após a Independência, a Cavalaria Imperial produziu líderes de indiscutível valor, sintetizados na figura genial e eletrizante do digno patrono da Arma: Marechal Manuel Luis Osorio – Marquês do Herval. 

O "Legendário" nasceu no seio de humilde família, a 10 de maio de 1808, na Vila de Nossa Senhora da Conceição do Arroio, Província do Rio Grande.  Este local – no atual município de Tramandaí (RS) – é hoje preservado como Parque Histórico, guardando, também, os despojos do Marechal. 

Osorio assentou praça na Cavalaria da Legião de São Paulo, aos quinze anos incompletos e teve seu batismo de fogo a 13 de maio de 1823, nos embates de consolidação da Independência. Ainda alferes, durante a Guerra Cisplatina (1825-28), rompeu, de forma espetacular e audaz, o cerco inimigo em Sarandi (1825). Na Guerra contra Oribe e Rosas (1851-52), à frente do 2º Regimento de Cavalaria Ligeira, desempenhou importante papel em Monte Caseros(1852), sendo promovido a coronel por merecimento. 

Intitulado "A Lança do Império", consagrou-se na Guerra da Tríplice Aliança (1865-70), inicialmente como comandante-em-chefe da forças de terra, comandando o III Corpo de Exército e o I Exército na fase final. Sobressaiu-se, particularmente, nas batalhas de Passo da Pátria (1866) – sendo o primeiro soldado em solo paraguaio – e Tuiuti (1866) – maior embate campal da América do Sul; bem como em Humaitá (1968) e Avaí (1868) – quando, atingido no rosto, envolve-se em um poncho e percorre as linhas a galope, bradando: "Carreguem, camaradas! Acabem com este resto!". 
 
À frente de heróicos cavalarianos como Menna Barreto e Andrade Neves mostrou liderança incomum que magnetizava os soldados. Modéstia e generosidade que cativava a todos, multiplicando sua bravura pelos campos onde se fazia presente. 

Em tempo de paz, Osorio desempenhou, ainda, profícua carreira política como Senador e Ministro da Guerra, vindo a falecer em pleno exercício desta função, no Rio de Janeiro, em 4 de outubro de 1879, aos setenta e um anos. 

Tão grandiosos feitos militares, políticos e exemplos de conduta afirmam-no como modelo de soldado, líder, cavalariano e cidadão, alçando-o ao domínio da lenda, não obstante seu sincero desprendimento. 

A inexorável evolução bélica, com os adventos da metralhadora (1893) e do carro blindado (1916), substituiu o cavalo por este como meio de combate. Desde a Segunda Guerra Mundial (1939-45) até as atuais guerras de movimento, não-lineares, os blindados, síntese da ação de choque – proporcionada pela mobilidade, proteção e potência de fogo – reafirmam-se como senhores absolutos dos campos de batalha modernos. 

Cavalaria Brasileira – quer Hipomóvel, Mecanizada ou Blindada – inspirada seu Patrono, o insigne Osorio, renova hoje o compromisso com o passado de glórias e o futuro de desafios, impelida pelo mesmo espírito cavaleiro do Bravo dos Bravos, com tudo o que ele compreende de decisão, lealdade e nobreza de atitudes.

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