Helio De Freitas
Em quatro meses, a Operação Ostium, iniciada em março deste ano pela FAB (Força Aérea Brasileira), fez 150 interceptações de aeronaves suspeitas que sobrevoavam a fronteira brasileira.
Em alguns casos, os aviões Super Tucanos usados na interceptação decolaram do aeroporto de Dourados, a 233 km de Campo Grande, onde a Ostium mantém uma base de operações.
Os números fazem parte do balanço referente ao período de 24 de março, quando a operação começou, até o início de julho. Os dados foram enviados ao Campo Grande News pela assessoria de comunicação da FAB, que avalia a Ostium como a maior operação de combate a ilícitos da sua história.
Segundo a FAB, a operação permitiu até o momento uma redução de 80% nos tráfegos aéreos desconhecidos na região de fronteira. Um desses casos ocorreu no final de maio, em data não informada pela Força Aérea.
Um avião monomotor que decolou da Bolívia e voava baixo ao entrar em espaço aéreo brasileiro, foi interceptado pelo Super Tucano que decolou do aeroporto de Dourados.
O piloto da FAB adotou os procedimentos previstos na Lei de Abate, mas não foi preciso derrubar a aeronave suspeita. O outro piloto seguiu as ordens e pousou em uma pista indicada. O avião estava com a documentação vencida e foi apreendido.
A FAB não revela detalhes, como datas e locais exatos das interceptações, nem informa quantos aviões abordados nesse período estavam sendo usados para o tráfico de drogas. “Os números referentes às regiões e períodos de maior incidência de interceptações são reservados e compõem os estudos de inteligência da Operação Ostium.
Com base nesses dados, os esforços de defesa aérea são intensificados e remanejados para garantir a efetividade da operação”, informou a assessoria. Trabalho permanente – A Operação Ostium, que não tem previsão de quando será encerrada, é o reforço das ações realizadas corriqueiramente pela FAB, que faz a vigilância do espaço aéreo brasileiro 24 horas por dia através de uma rede de radares que cobre o continente e parte do Oceano Atlântico.
Para reforçar a cobertura, são utilizados ainda aviões-radar E-99, baseados em Anápolis (GO). As informações são reunidas em Brasília, no Comando de Operações Aeroespaciais, que pode, de acordo com a necessidade, acionar aeronaves de caça em qualquer parte do país.
A FAB conta com supersônicos F-5M baseados em Manaus (AM), Anápolis (GO), Rio de Janeiro (RJ) e Canoas (RS), além de turboélices A-29 Super Tucano em Boa Vista (RR), Porto Velho (RO), Campo Grande (MS) e Natal (RN). Também tem helicópteros AH-2 Sabre, baseados em Porto Velho (RO) e H-60 Black Hawk, em Manaus e Santa Maria (RS).
Durante operações, como a Ostium e Ágata, essas aeronaves podem operar a partir de outras localidades, como ocorre atualmente em Dourados, onde os militares estão de prontidão para o acionamento, caso os radares identifiquem um tráfego aéreo desconhecido ou ilícito.
Ao soar a sirene, o piloto corre para a aeronave, já pronta e armada. Somente em voo, ele é informado dos detalhes da missão. O piloto passa, então, a seguir as orientações do Centro Integrado de Defesa Aérea.
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Fotos: Divulgação – Agência Força Aérea / FAB