Denise Fontes, Ten. João Elias e Cap. Oliveira
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), por meio do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), coordenou, no domingo e na segunda-feira (27 e 28), testes para verificar a viabilidade de inspeção em voo de auxílios visuais (dispositivos no solo que utilizam luzes brancas e vermelhas para definir uma rampa de aproximação visual durante a aproximação final), com a utilização de Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAS) de asas fixas e rotativas.
A utilização de RPAS na inspeção em voo é um experimento operacional e, durante os testes, foram avaliadas as demandas operacionais e técnicas, assim como a verificação do que ainda precisa ser desenvolvido. “Fizemos um levantamento de dados, a fim de comparar com os resultados coletados na inspeção em voo realizada no dia 25 de maio, no aeródromo de Pirassununga”, esclarece o coordenador do Grupo de Trabalho (GT), Capitão Aviador Rodrigo Pereira Drumond.
O teste contou, também, com a participação da Divisão de Pesquisa do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) e da empresa XMOBOTS, que disponibilizou e operou os Sistemas de RPAS. As RPAS operam com um conjunto de câmeras de alta resolução, que captam as imagens e permitem a transmissão em tempo real, além de garantir mais precisão para extrair seus dados.
As imagens transmitidas pelo equipamento são visualizadas a partir de monitores em uma estação de controle no solo, o GCS (Ground Control Station) instalado na pista do aeródromo, que efetua o controle remoto das RPAS. “As imagens são processadas após os testes junto com os dados do voo, posteriormente, essas imagens georreferenciadas são enviadas ao GEIV para gerar o relatório de inspeção em voo”, explica o piloto de RPAS, Henrique Dantas.
Segundo o Major Aviador Maximiliano Silva Lopes, um dos integrantes do GT, o objetivo é prover o DECEA com dados qualitativos e quantitativos – embasados cientificamente, para permitir possíveis adequações à regulamentação das atividades de RPAS em inspeção em voo no Brasil. “É importante a participação do DECEA nesse tipo de atividade, principalmente, no suporte necessário ao desenvolvimento da inspeção em voo com novos equipamentos e tecnologias. A finalidade é proporcionar uma redução de custos, maior disponibilidade do sistema de inspeção em voo, além de flexibilidade, pronta resposta, economia de recursos e diminuição de impacto no tráfego aéreo”, destaca.
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O diretor da XMOBOTS, Giovani Amianti, ressaltou a importância dessa parceria com o DECEA. “É uma troca de conhecimentos e aprendizagem com relação aos procedimentos de inspeção em voo, além da integração do RPAS no espaço aéreo”, afirma o engenheiro.
Grupo de Trabalho Coordenado pelo GEIV, o Grupo de Trabalho está baseado na Portaria GEIV 1-T/S6, de 14 de fevereiro de 2018 e conta com a participação de setores do DECEA, entre eles, o Subdepartamento de Operações (SDOP) – responsável pelo gerenciamento do projeto e o Subdepartamento Técnico (SDTE) – encarregado da análise e do delineamento técnico; o Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA) – responsável pelos dados cartográficos; o Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) – executor da coleta e da análise dos dados.
No cronograma foram estabelecidos eventos testes e reuniões para uniformização de conhecimentos e estabelecimentos de métodos a serem empregados.
Inspeção em Voo O GEIV é responsável por medir, aferir e calibrar equipamentos de auxílio à navegação aérea, aproximação e pouso, bem como procedimentos de navegação aérea de grande precisão. Atuando em todo o Brasil, o GEIV cumpre cerca de 1.200 inspeções em voo por ano, o que contabiliza, em média, 3.600 horas de voo.