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FAB – Esquadrões aprimoram técnicas de combate utilizadas pela OTAN

Já imaginou um combate em que é preciso abater o inimigo sem conseguir enxergá-lo? Com o uso de radares de longo alcance, que localizam aeronaves a quilômetros de distância, os pilotos de caças F-5M Tiger da Força Aérea Brasileira (FAB) treinam em combate BVR (do inglês Beyond Visual Range). É assim que são realizadas as ações simuladas durante a operação que dá nome à tática, realizada na Base Aérea de Anápolis (BAAN) até 03 de junho.

Em média, são 45 saídas por dia. Dois países fictícios simulam um cenário de guerra envolvendo esquadrões das aviações de caça, reconhecimento e transporte. São realizadas missões de defesa aérea, controle e alarme em voo, reabastecimento em voo (REVO) e escolta. Todo esse trabalho visa ao cumprimento da missão da FAB de manter a soberania do espaço aéreo nacional com vistas à defesa da pátria.

Com o uso de radares de guerra eletrônica nas aeronaves é possível aplicar as técnicas de combate BVR, que são divididas em cinco fases: detecção, aproximação, manobra, ataque e desengajamento. A apuração dos dados dos equipamentos de inteligência e rastreamento, além da pronta resposta da tripulação em atacar ou fugir do inimigo, estão entre as táticas aprimoradas no exercício, idênticas às utilizadas em unidades aéreas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

O exercício cria inúmeros cenários de conflito, que se modificam permitindo evolução e aprimoramento das técnicas treinadas pelas tripulações. Todo o trabalho é coordenado pela Terceira Força Aérea (III FAE), unidade da FAB responsável por gerenciar todas as unidades aéreas de caça e reconhecimento.

“A concepção do exercício começou ainda no ano passado. O planejamento teve como foco a qualidade no adestramento, com ênfase nos debriefings, de modo que se extraísse o máximo de aprendizado em cada voo”, afirma o Major Maurício José de Oliveira Côrte Real, Chefe da Seção de Doutrina da III FAE.

“Nós estamos aplicando as mais modernas técnicas de combate no adestramento dos nossos pilotos. Esse exercício também avalia o grau de adestramento e a prontidão”, afirma Comandante-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), Tenente-Brigadeiro do Ar Gerson Nogueira Machado.

Na Operação BVR, Esquadrão Carcará treina reação à ameaça

A aeronave de reconhecimento R-35AM Learjet, operada pelo Esquadrão Carcará (1°/6°GAV), inaugurou uma nova etapa em missões de sustentação ao combate durante a Operação BVR-1, que acontece na Base Aérea de Anápolis (BAAN) até quarta-feira (03/06). Pela primeira vez, a unidade aérea emprega o vetor como aeronave de alto valor (HVAA, do inglês High-Value Airborne Assets), devido ao sensor de guerra eletrônica instalado, capaz de realizar varredura de informações de vetores aéreos num cenário de emprego operacional.

Na prática, caças F-5M Tiger fazem a defesa do R-35AM, que utiliza um sensor de capacidade estratégica para colher dados de aeronaves envolvidas no combate. Os dados coletados são analisados para conhecimento da capacidade operacional no cenário tático. Para o Chefe da Seção de Operações do Esquadrão, Major Aviador Bruno Gadelha, a nova doutrina é uma conquista para a unidade aérea. “Aumentamos a consciência situacional no teatro de operações”, disse.

Durante a operação de combate aéreo, quatro a oito caças F-5M treinam em diversas variáveis para evitar que a aeronave de alto valor consiga cumprir sua missão no cenário de conflito. Também são treinadas táticas evasivas para avaliar o adestramento da tripulação.

Para o comandante da unidade sediada em Recife (PE), Tenente-Coronel André Luiz Alves Ferreira, a operação conjunta agrega aprendizado. “Simulamos um contexto moderno de emprego do poder aéreo e da capacidade de realizar ações num cenário como esse. É um ganho para todos os tripulantes, sejam pilotos, coordenadores táticos, operadores dos equipamentos”, afirma

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