Fernando Diniz
O comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Juniti Saito, disse nesta quinta-feira, no Senado Federal, que há um compromisso entre o Brasil e a Suécia por um empréstimo de 10 a 12 aeronaves para suprir a carência de caças até a chegada dos Gripen NG, que o governo brasileiro decidiu comprar da sueca Saab. Embora não tenha dado o empréstimo como confirmado, Saito diz já ter recebido a oferta para que pilotos brasileiros treinem na “aeronave tampão”, o Gripen C/D.
“Já há um compromisso da Força Aérea e da Defesa sueca em proporcionar esse tipo de apoio”, disse o comandante, em resposta a uma pergunta do presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Questionado na saída da reunião sobre o empréstimo, Saito disse que há possibilidade de os caças emprestados chegarem em 2016, mas que o acordo ainda não estava fechado. “Isso está sendo tratado com bastante reserva, mas se isso for possível, (será) no início de 2016. Vamos ver”, afirmou o comandante, que foi ao Senado para audiência pública sobre a compra dos aviões.
Os caças comprados pelo Brasil só devem chegar no fim de 2018 e passar a integrar a frota entre 2019 e 2020. A aquisição de 36 Gripen NG foi anunciada em 18 de dezembro do ano passado, em um contrato no valor de US$ 4,5 bilhões. A aeronave era finalista do projeto de renovação de caças junto do francês Rafale (Dassault) e do americano F-18 Super Hornet (Boeing). A empresa sueca foi considerada a que apresentou melhor oferta de transferência de tecnologia e custo mais baixo.
A necessidade do Brasil em obter caças emprestados existe pela aposentadoria dos caças Mirage, no ano passado. Até a possível chegada dos Gripen C/D, uma versão inferior aos 36 adquiridos pelo governo brasileiro, a FAB terá de usar o F-5, uma aeronave de ataque ao solo, para fazer a defesa aérea brasileira. “Naturalmente não seria uma aeronave ideal, mas cumpriremos da melhor maneira possível”, disse Saito.