Oito aeronaves P-95 Bandeirante Patrulha (Bandeirulha) da Força Aérea Brasileira (FAB) vão ampliar suas capacidades operacionais. O projeto de modernização, atualmente realizado no Parque de Material de Aeronáutica dos Afonsos (PAMA-AF), tem como foco substituir equipamentos eletrônicos e instalar um novo radar.
Com 48 quilos de peso, o radar Seaspray 5000E poderá detectar navios de grande porte a até 370 quilômetros de distância. Após a modernização, os aviões P-95 poderão também acompanhar até 200 alvos simultaneamente, realizar mapeamento de terrenos com o radar e detectar aeronaves, entre outras funcionalidades.
"A modemização do Bandeirulha trará toda uma gama de novas capacidades a esta plataforma", ressalta o Comandante da Segunda Força Aérea (II FAE), Brigadeiro do Ar Roberto Ferreira Pitrez. A unidade é responsável pelo preparo e emprego operacional da Aviação de Patrulha.
O oficial-general lembra ainda que a modernização dos sistemas de navegação conta agora com o uso de dados de satélites. A precisão é fundamental para uma aeronave que voa sobre o mar, sem referências visuais. "Seus sistemas de comunicação também estão sendo substituídos, eliminando algumas deficiências antigas", completa.
As aeronaves devem ser operadas pelos esquadrões Phoenix (2º/7°GAV) e Netuno (3º/7°GAV), sediados em Florianópolis (SC) e Belém (PA), respectivamente. Ao lado dos P-3AM do Esquadrão Orungan, de Salvador (BA), os P-95 serão responsáveis pela vigilância aérea do mar territorial brasileiro, além de atividades como a busca e salvamento e o combate à pesca ilegal, pirataria e crimes ambientais.
Voos de ensaio
O primeiro P-95M, designação das aeronaves após a modernização, voou no dia 18 de dezembro de 2013. O protótipo atualmente realiza os voos de ensaio, com a participação de militares do Esquadrão Phoenix e do Instituto de Pesquisa e Ensaios em Voo (IPEV). A campanha de testes tem como objetivo analisar o desempenho de todos os sistemas da aeronave. Outras aeronaves já estão no PAMA-AF para a implantação dos sistemas.
O projeto de modernização, que também inclui 42 aeronaves C-95 Bandeirante, envolve ainda a revitalização estrutural das aeronaves recebidas na década de 70.