O Parque de Material Aeronáutico dos Afonsos (PAMA-AF), localizado no Rio de Janeiro (RJ), conclui este mês a entrega de mais três aeronaves C-95M Bandeirante a três unidades da Força Aérea Brasileira (FAB). Essa entrega concretiza 32 das 49 modernizações previstas para ocorrer até o fim do contrato, renovando as características operacionais e logísticas dessa aeronave que cumpre diversas operações na FAB.
As aeronaves foram modernizadas no PAMA-AF durante um tempo médio de 6 meses e serão entregues aos seguintes operadores: o Instituto de Pesquisas e Ensaios de Voo (IPEV), organização pertencente ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP); o Quarto Esquadrão de Transporte Aéreo (4° ETA), sediado em Guarulhos (SP); e o Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa (PAMA-LS), em Lagoa Santa (MG).
A linha de revisão de aeronaves do PAMA-AF, além de acompanhar o trabalho de modernização executado pela empresa contratada, também é responsável por realizar atividades de manutenção pré e pós-modernização, que incluem a realização das inspeções pendentes, a pintura, o voo de teste e a entrega da aeronave aos operadores.
“Esta aeronave contribuiu para a história da Força Aérea e da indústria nacional e, a partir de sua modernização, continuará escrevendo as páginas pelos seus 17 operadores, realizando aproximadamente 23 mil horas de voo anuais”, destacou o Diretor do PAMA-AF, Coronel Aviador Márcio Felipe de Medeiros.
Ele explicou ainda que, com a modernização da frota, a FAB poderá melhor utilizar as características da aeronave em proveito de várias missões em prol da sociedade.
“São missões de transporte aéreo logístico, patrulha marítima, lançamento de paraquedista, missões de evacuação aeromédica, ação cívico-social, ensaio em voo, inspeção em voo, instrução aérea, dentre outras, em todo o território nacional’’, pontuou o oficial.
Modernização de aeronaves antigas e aquisição de novos modelos mudaram a rotina das tripulações
Acabou a era do "reloginho". Fazer parte das tripulações dos C-95 Bandeirante da Força Aérea Brasileira (FAB) significava, até pouco tempo atrás, estar atento a quase 40 mostradores analógicos instalados na cabine. Até que em dezembro de 2011 foi entregue o primeiro de 50 aviões deste tipo a passar por um processo de modernização. A mudança foi total e representou um salto operacional para a Aviação de Transporte da FAB, homenageada no último dia 12 de junho.
Se a parte física dos C-95 foi reforçada para mais 25 anos de voo, onde antes havia "reloginhos" nas cabines dos anos 70, agora há quatro telas digitais, todas ligadas em uma rede de computadores que "roda" softwares de navegação e comunicação. A lógica é semelhante ao que vemos em tablets, smartphones e videogames: facilitar a interação homem-máquina.
A partir de 2013, os novos pilotos da aviação de transporte, jovens com idades entre 22 e 25 anos, passaram a ser treinados na nova versão do Bandeirante, batizada de C-95M. Acostumados desde crianças com o mundo digital, esses aviadores futuramente irão ocupar as cabines de aeronaves do século XXI, como o KC-390.
Mas a digitalização das cabines já é uma realidade operacional. Aeronaves que cumprem missões como lançamento de paraquedistas e transporte de cargas ou tropas também foram atualizadas. No Rio de Janeiro, a Base Aérea do Galeão (BAGL) divide seu pátio entre os C-130 modernizados e os jatos C-99 do Esquadrão Condor (1°/2° GT). A unidade aérea praticamente foi recriada em 2005 com o recebimento das novas aeronaves. Já em Manaus (Esquadrão Arara), os antigos C-115 Búfalo foram trocados pelos C-105 Amazonas. Também foram recebidos no período aviões C-98 Caravan, também com cabine digital.
