Bravos combatentes da Aviação de Asas Rotativas!
Os desenhos do renascentista Leonardo Da Vinci levaram alguns séculos para ganhar forma sob os engenhos de Paul Cornu e Juan de La Cierva. Nascia, assim, o helicóptero. Bastaram algumas décadas, porém, para que fosse empregado com sucesso como arma de guerra. Cumpriu missões de reconhecimento na Segunda Guerra, CSAR na Guerra da Coréia, transporte de tropa na Guerra da Argélia, ataque na Guerra do Vietnã e Supressão de Defesa Aérea Inimiga na Guerra do Golfo.
Essa gama de possibilidades do helicóptero no campo de batalha baseia-se em suas principais características: flexibilidade e mobilidade. Flexibilidade porque é capaz de cumprir uma abrangente gama de missões, deslocando-se em voos à baixa altura, explorando as características do relevo e com grande capacidade furtiva. Mobilidade porque pode operar em locais sem grandes infraestruturas, com o mínimo de apoio de solo, sem pistas de pouso, tanto de dia quanto à noite, sob condições meteorológicas adversas e desdobrado em áreas remotas.
Utilizando-se destas características, após 30 anos de serviço e mais de 48 mil horas de voo, a aeronave H-34, SUPER PUMA, encerrou seu ciclo operacional na Força Aérea Brasileira. O H-34 despediu-se de forma valente, tendo auxiliado na luta contra o incêndio que assolou a Chapada Diamantina, na Bahia, em novembro de 2015. Guerreiro, mostrou-se mais uma vez decisivo nos momentos críticos para muitas cidades e vilarejos, seja nas calamidades públicas, auxiliando populações vítimas de enchentes e alagamentos, bem como nas tragédias dos acidentes do GOL e do Air France. Merece destaque, ainda, o transporte especial que realizou em todas as visitas do Papa ao Brasil, bem como o apoio à Presidência da República em diversas oportunidades.
Nos anos recentes, foram incorporados ao acervo da FAB o H-60L Black Hawk, o AH-2 Sabre e o H-36 Caracal, aeronaves de última geração, que, juntamente com os lendários e gloriosos H-1H e os incansáveis H-50, utilizados na instrução primária, colocam o preparo e o emprego de nossa Aviação em nível de excelência e de destaque no cenário internacional. Para o “Impávido colosso” que é o Brasil, requer-se uma Aviação de Asas Rotativas forte, moderna e preparada, e é justamente isso o que temos hoje.
Chegamos até aqui, firmados no caminho de glórias dos que nos precederam. No dia 3 de fevereiro de 1964, os então Tenentes Aviadores Ércio Braga e Milton Naranjo e os Sargentos João Martins Capela Júnior e Wilebaldo Moreira Santos protagonizaram uma das mais importantes missões operacionais da história da Força Aérea. Esses bravos combatentes, empregando helicópteros H-19 da ONU, resgataram missionários, desde um território hostil, na República do Congo, cercados por rebeldes fortemente armados.
Esse fato, reconhecido em carta pelo então presidente norte-americano, cunhou esta data como o Dia da Aviação de Asas Rotativas da FAB, por seu legado de bravura, desprendimento e espírito guerreiro, marcas dessa Aviação.
Com efeito, nossa mensagem permanece a mesma. A nossos amigos, aliados e combatentes, a certeza da busca e do resgate: ninguém será deixado para trás. Aos inimigos, a certeza do bom combate e da luta até nossa vitória.
Meus comandados, homens e mulheres, combatentes que voam e fazem voar nossos helicópteros!
Em nossa lida diária, estamos garantindo a soberania de nosso espaço aéreo, com vistas à defesa da Pátria. O voo de nossos rotores, o serviço em nossos hangares, o emprego diuturno nos estandes, o estudo e o desenvolvimento das novas doutrinas, o domínio de avançadas tecnologias, tudo isso se traduz numa Força Aérea em permanente estado de prontidão, com mobilidade para cobrir e proteger qualquer ponto de nosso imenso território e com precisão para rechaçar todo inimigo que nos confronte.
Tenhamos, pois, orgulho de nosso passado de glória, de nossa condição presente e do futuro que estamos construindo!
AOS ROTORES !! O SABRE !!!
Tenente-Brigadeiro do Ar Gerson Nogueira Machado de Oliveira
Comandante-Geral de Operações Aéreas
Com capacidade de reabastecimento em voo, H-36 Caracal operacional amplia raio de ação.
Em dezembro, a Força Aérea Brasileira (FAB) recebeu o primeiro helicóptero da América Latina que pode ser reabastecido em pleno voo. Este é um dos motivos para comemorar o Dia da Aviação de Asas Rotativas, celebrado nesta quarta-feira (03/02) pela instituição. A capacidade, antes disponível apenas para aviões caça no Brasil, vai ampliar o raio de ação de diversas missões, entre elas, as de resgate.
Também em dezembo, o Esquadrão Falcão (1°/8° GAV), sediado em Belém (PA), que emprega o H-36 Caracal, realizou dois importantes resgates, que evidenciam o trabalho desta aviação. O primeiro foi de um homem de 53 anos que havia sofrido um acidente vascular cerebral a bordo de um navio pesqueiro a cerca de 180 km de Belém (PA).
A segunda ação envolveu o resgate de um homem de origem filipina que sofria intensas dores abdominais e no peito, além de vômitos. Um dos pilotos, Capitão Izan Ribeiro de Alencar, conta que a operação exigiu muito cuidado da tripulação. “Havia muita turbulência e o vento estava a aproximadamente 40 km/h, o que dificultou o resgate”, disse.
Essas missões remetem ao dia 3 de fevereiro de 1964, data maior para os pilotos de helicóptero da Força Aérea. Naquele dia, um helicóptero H-19 da FAB resgatou tripulantes e missionários prestes a serem capturados por rebeldes armados na República do Congo. Na incerteza da guerra, a operacionalidade dos militares brasileiros garantiu o cumprimento daquela importante missão de resgate, se tornando um marco da Aviação de Asas Rotativas.
Asas Rotativas da FAB – Atualmente, oito unidades da FAB operam helicópteros e são responsáveis por atuar em missões de operações especiais, de ajuda humanitária, de busca e salvamento a embarcações e aeronaves acidentadas, de ataque, supressão de defesa aérea inimiga, apoio aéreo aproximado e, também, na defesa de áreas estratégicas de todo o país.
A chegada da versão operacional do H-36 Caracal é um exemplo do processo de modernização pelo qual passa as unidades aéreas que empregam helicópteros. Na última década, foram incorporados os H-60L Black Hawk, em Manaus (AM) e Santa Maria (RS); o AH-2 Sabre, em Porto Velho (RO); e o H-36 Caracal, em Belém (PA) e no Rio de Janeiro (RJ). Este ano o Esquadrão Pelicano (2º/10º GAV), sediado em Campo Grande (MS), se prepara para o início das operações com o H-36.
Saiba mais – O H-36 Caracal é resultado do projeto H-XBR, que envolve Marinha, Exército e Aeronáutica, prevê a compra de 50 helicópteros. Já foram entregues 22.
Nota DefesaNet – acesse nossa cobertura especial do projeto H-XBR – clique aqui (Link)