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Exército diz que não tem interesse em fechar o Tiro de Guerra de São Pedro

Folha de São Pedro

O Tiro de Guerra de São Pedro, instituição que foi criada no dia 16 de fevereiro de 2011 pela   Portaria nº 109 do Comandante do Exército Brasileiro, está sendo alvo de uma intensa discussão na cidade, tudo por conta de uma suposta articulação da prefeitura para promover o seu fechamento.
 
A comoção em prol da continuidade do trabalho do Tiro de Guerra em São Pedro foi tão grande que, pais de atiradores, jovens que já passaram pelo Tiro de Guerra e simpatizantes, estão se mobilizando para formar um grupo de apoio ao TG como é popularmente conhecido.
 
Em nota, a prefeitura de são Pedro, por meio  de sua assessoria de imprensa, afirmou que a suspensão das atividades do Tiro de Guerra foi “sugerida” em ofício enviado pelo próprio exército, porém, nossa reportagem entrou em contato com Excelentíssimo Tenente Coronel Fernando Antônio Corrêa de Araújo, Chefe do Estado Maior da 2ª Região Militar, que concedeu entrevista exclusiva, afirmando  que o exército não tem nenhuma intenção de fechar o Tiro de Guerra em São Pedro e que inclusive mandou um representante para tentar sensibilizar a atual administração.
 
Confira abaixo na íntegra a entrevista do Coronel Fernando Araújo ao jornal Folha de São Pedro.
 
Quando foi criado o Tiro de Guerra em São Pedro?
O Tiro de Guerra de São Pedro, foi criado por meio da Portaria do Comandante do Exército, n° 109, de 16 de fevereiro de 2011, tendo iniciado suas atividades em 01 de março do mesmo ano. Para essa criação, houve vigentes esforços de autoridades municipais para sua efetivação. Em 05 de setembro de 2011, foi assinado um acordo de cooperação entre o Comando do Exército e a Prefeitura Municipal de São Pedro, no qual se estabelece as obrigações dos partícipes.
 
E quais seriam essas obrigações por parte da prefeitura de São Pedro? 
São somente aqueles previstos no acordo de cooperação vigente, necessários para a manutenção das instalações, provimento de material de expediente e alimentação do pessoal escalado para o serviço de Guarda, custeio de despesas eventuais que visam atender à participação do TG ou de seu Instrutor em eventos militares em outros municípios e o aluguel do imóvel para a moradia do instrutor. Cabe, ainda, a cessão de um funcionário municipal para exercer a função de secretário e outro para auxiliar no serviço de limpeza do TG.
 
Com quantos jovens o Tiro de Guerra conta hoje e quantos já se formaram?
Anualmente 50 Atiradores são matriculados no referido TG, prestando o serviço militar obrigatório, totalizando, até o ano  de 2013, 150 atiradores.
 
O que estes jovens fazem no Tiro de Guerra?
Os atiradores recebem duas horas de instrução diária, no período que compreende  01 março a 30 de novembro do respectivo ano, totalizando 480 horas de instrução. Além das instruções eminentemente militares, o programa padrão de instrução, que regulamenta as instruções dos atiradores, inclui assuntos como Atributos da Área Afetiva; Meio Ambiente; Ação Comunitária e Defesa Civil; Prevenção e Combate a Incêndio; Higiene e Primeiros Socorros e Treinamento Físico. Todos esses assuntos, aliados aos demais constantes do programa padrão de instrução, contribuem para o desenvolvimento do caráter e o amadurecimento do jovem cidadão. Por isso, os TG são conhecidos como Escola de Civismo e Cidadania.
 
Os jovens atiradores de São Pedro auxiliaram a prefeitura neste ano?
O TG de São Pedro este ano,  participou de duas campanhas de doação voluntária de sangue e da campanha de distribuição de agasalhos. Cabe ressaltar que o TG tem capacidade de participar de diversas outras ações cívico-sociais junto à sociedade local. Em todos os Tiros de Guerra essas atividades são desenvolvidas durante o ano letivo em parceria com a municipalidade e entidades civis.
 
A prefeitura informou por meio  de nota que recebeu um ofício onde era “sugerido” pelo exército o fim das atividades na cidade. Procede a informação?
No que diz respeito ao ofício citado, informo que o Comando da 2ª Região Militar, responsável por coordenar os 73 (setenta e três) Tiros de Guerra existentes no Estado de São Paulo, o expediu para a Prefeitura Municipal de São Pedro, expondo os itens do acordo de cooperação que necessitam de maior atenção por parte do executivo municipal, para melhor atender as necessidades do TG. Cabe ressaltar que o Exército Brasileiro não tem interesse em suspender as atividades do TG de São Pedro.
 
Houve alguma reunião com a prefeitura? Qual o teor da reunião? 
No dia 13 de agosto  passado, o Tenente Coronel Marco Antônio Muniz Leite, Chefe da Seção de Tiros de Guerra do Comando da 2a região Militar, compareceu à Prefeitura de São Pedro e foi recebido pelo Thiago Silva, Secretário de Governo. A visita teve o intuito de tentar sensibilizar as autoridades locais na busca de uma solução que viabilize o funcionamento do TG e o prosseguimento da parceria entre o Exército Brasileiro e a cidade de São Pedro.
 
No caso do encerramento das atividades do Tiro de Guerra, quais as consequências?
Caso sejam suspensas as atividades do TG de São Pedro, algo não desejado pelo exército, a cidade poderá ser enquadrada como não tributável, onde não há a obrigatoriedade de prestação do serviço militar ou os jovens serão encaminhados para cidades vizinhas que possuam uma Organização Militar da Ativa para submeter-se ao processo seletivo para a prestação do serviço militar, o que é feito anualmente.
 
O Jornal Folha de São Pedro, pelo  seu editor chefe, Adamiro Borrowisky da Silva, agradece  o Coronel Fernando Antônio Corrêa de Araújo, Chefe do Estado Maior da 2ª Região Militar por conceder esta a entrevista, demonstrando a idoneidade e transparência do Exército Brasileiro.

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