1º Ten Marcos de Almeida Motta e Silva – Instrutor do CI Bld
Cel Ádamo Luiz Colombo da Silveira – Comandante do CI Bld
Segundo a BBC Brasil (2008), “de acordo com cientistas a guerra faz parte da natureza humana, sendo tão antiga quanto a existência do homem”. Com isso vemos a importância de conhecer o passado para compreender melhor o presente e se preparar para o futuro, percebendo que a guerra sempre existiu e estará presente enquanto a humanidade existir.
A evolução da guerra acompanha a evolução das tecnologias civis e vice versa, acompanhando simultaneamente a evolução do próprio ser humano.
Temos como exemplo a criação dos meios que revolucionariam nosso pensamento de transporte, a invenção do automóvel e junto com esse, a criação dos carros de combate, que revolucionariam nosso pensamento de fogo e movimento.
A história da criação dos blindados da família Leopard se situa no contexto da Guerra Fria, na Alemanha Ocidental. Após o término da Segunda Guerra Mundial, houve então uma disputa entre países capitalistas, sob a liderança dos Estados Unidos, e países comunistas, sob a liderança da União das Repúblicas Socialistas Soviética (U.R.S.S.).
Os capitalistas eram integrantes, em sua maioria, da aliança militar da Organização dos Países do Atlântico Norte (OTAN) e os socialistas da aliança militar do Pacto de Varsóvia.
No final dos anos 50, a Alemanha Ocidental, possuidora dos carros M47 e M48, necessitava de uma melhoria em sua frota blindada. Seus carros tinham como armamento principal canhões 90mm que já não supriam a necessidade para a época e não possuíam defesa química e biológica.
Para fazer frente aos blindados soviéticos, França e Alemanha Ocidental se uniram para criar um blindado capaz de aumentar a capacidade combativa de seus países.
O projeto binacional do chamado “Europa Panzer” foi abandonado pela França que acabou por desenvolver um blindado de própria fabricação, o AMX30.
Então, em 1965, a empresa alemã Krauss-Maffei Wegmann desenvolveu a Viatura Blindada de Combate Carro de Combate (VBCCC) Leopard 1, que posteriormente devido ao grande sucesso e aceitação no mercado nacional alemão e internacional ganhou diversas atualizações.
Em recente artigo, de uma revista impresa nacional especializada, cita que as viaturas blindadas são inigualáveis quando se trata de combinar proteção contra fogo inimigo, excepcional mobilidade no campo de batalha e poder de fogo preciso e eficaz. Mas não são invencíveis.
Podem ser danificadas por minas e fogo inimigo, ficar atoladas na lama, derrapar para fora de estradas ou ficar imobilizadas em terreno difícil. É aí que entram em cena as Viaturas de Socorro e Transporte.
Segundo FOSS, as viaturas blindadas de socorro, conhecidas em inglês como Armored Recovery Vehicles (ARV) e em português como Viatura Blindada Especializada Socorro (VBE Soc) em sua maioria eram criadas a partir dos carros de combate (em inglês, Main Battle Tanks – MBT), onde apenas retiravam as torres e componentes excedentes para então colocar os equipamentos responsáveis por rebocar os carros danificados em batalha.
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Porém, com o passar do tempo, as viaturas blindadas de socorro passaram a ter equipamentos necessários a realizar manutenção em campo. Então, na Alemanha foi desenvolvido o primeiro ARV baseado no chassi do Leopard 1, o Bergepanzer.
Essa viatura blindada embora possua o mesmo chassi do Leopard I, teve modificações para adaptar o veículo para a função de socorro, como lâmina de terraplanagem, mecanismo de guincho com capacidade de tracionar peso de 35.000 Kg (podendo dobrar se a polia de inversão for usada) e guindaste com capacidade de levantar até 20.000 Kg, sendo esses alimentados por um sistema hidráulico.
A empresa responsável pela fabricação foi a Rheinmetall, criada no ano de 1889, na cidade de Düsseldorf, Alemanha. A VBE Soc chegou ao Brasil no ano de 2001 , para acompanhar e prestar apoio à família de blindados Leopard 1A1 que o Exército Brasileiro havia adquirido.
Existem versões mais modernas dessa viatura de socorro que acompanharam a evolução da VBCCC, possuindo o mesmo chassi da VBCCC Leopard 2.
Essa VBE Soc chamasse Bergepanzer Büffel, ou em português, Búfalo. A Rheinmetall também foi a responsável pelo projeto do ARV Búfalo. O grande diferencial em relação ao seu antecessor é a carga máxima que seu guindaste suporta levantar, que é de 30 toneladas.
Um exército que almeja uma posição de destaque no cenário mundial necessita adequar seus meios e sua tropa à realidade dos campo de batalha atuais e do futuro, logo, precisa evoluir não só seus elementos de combate, mas também seus elementos logísticos.
É nesse contexto que se enquadra a necessidade de conhecermos as VBE Soc atuais do Exército, como também as que vêm sendo desenvolvidas no cenário mundial.
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Aço!
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Um retrato sobre a evolução da carreira de blindados nos últimos 20 anos [Link] |