Grandes recursos têm sido movimentados na Paris Airshow, com cerca de US$ 10 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões) em pedidos por aviões de grande porte de passageiros, à medida que as fabricantes duelam sobre a estratégia para esse segmento.
A maior empresa de leasing de aeronaves do mundo, a unidade da General Electric Gecas tornou-se o segundo comprador a aprovar uma versão maior do Boeing 787 Dreamliner, semanas depois de o jato voltar a voar depois de três meses sem operar.
Confirmando uma notícia da Reuters, a Gecas disse que irá adquirir dez unidades do avião 787-10 de passageiros, que se adicionam a um pedido de US$ 30 bilhões (cerca de R$ 60 bilhões) do avião, que fontes da indústria dizem que a Boeing irá lançar formalmente na terça-feira.
Além disso, uma influente empresa alemã de leasing, a Doric Asset Finance, pouco conhecida fora do mundo de aviação, divulgou um pedido por 20 unidades do superjumbo da Airbus A380, no valor de US$ 8 bilhões (cerca de R$ 16 bilhões) em preço de tabela, para se antecipar ao aumento da demanda.
As encomendas totais no primeiro dia do maior evento do setor do mundo somaram cerca de US$ 30 bilhões (cerca de R$ 60 bilhões) em três horas, com fortes chuvas invadindo os pavilhões do Le Bourget. Mas, apesar do ímpeto inicial, espera-se que o número de encomendas neste ano fique abaixo do registrado no último Salão de Paris, em 2011, disse a jornalistas o presidente-executivo da Gecas, Norman Liu.
A Doric, que já está envolvida no financiamento dos aviões A380 para uma empresa aérea dos Emirados Árabes, disse que o negócio seria finalizado em meses, com as entregas previstas para 2016. "Nós vemos como as empresa aéreas que ainda não tem o A380 estão interessadas e se aproximam de nós para fazer questões, o que nos mostra que há demanda para o avião", disse o presidente-executivo da empresa, Mark Lapidus.?
O movimento é um impulso para Airbus que tem tido dificuldade nas vendas do modelo no último ano, prejudicadas por rachaduras nas asas.
Novas gerações
Grande parte das atenções no evento, porém, focam-se em uma nova geração de aviões de médio tamanho, visto como cruciais para o futuro das duas fabricantes e seus fornecedores. A Boeing disse na semana passada que vê um mercado de US$ 1 trilhão (cerca de R$ 2 trilhões) nos próximos 20 anos para esses aviões.
A empresa americana e a Airbus apostam dezenas de bilhões de dólares no sucesso desse mercado. Atrás delas a canadense Bombardier aposta que a mesma tecnologia será adequada para aviões menores, conforme busca impulsionar os pedidos por seu novo CSeries.
A Embraer divulgou encomendas potenciais de até 365 unidades da segunda geração de aviões comerciais na Paris Airshow nesta segunda-feira, incluindo um pedido firme por 100 unidades do modelo E-175 feito pela americana Skywest.