Brunna Castro/Roberta Queiroz
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A Embraer previu que, ao longo dos próximos 20 anos, os países da Europa e da Comunidade de Estados Independentes (de ex-repúblicas soviéticas) irão precisar de 1,5 mil novas aeronaves no segmento de jatos de 70 a 130 lugares, avaliados em US$ 80 bilhões.
De acordo com o vice-presidente da Embraer para Europa e Oriente Médio, Arjan Meijer, "jatos menores fazem ao redor de 40% do total do tráfego com origem ou destino em Paris (CDG), Amsterdã, Frankfurt e Munique (ambas na Alemanha). O tráfego de ligação, que agora representa 65% do total de passageiros de voo de uma aeronave E-Jet, permanecerá em grande parte do core business das principais operadoras internacionais na Europa."
Em uma reportagem publicada no site Air Transport World, a Embraer afirmou que E-Jets são uma "força crucial para a presença das companhias aéreas em aeroportos-chave, como London City, onde eles realizam quase a metade de todas as partidas para cidades como Edimburgo, Glasgow (Escócia), Dublin (Irlanda), Frankfurt (Alemanha) e Zurique (Suíça). O E190-E2 oferece o melhor equilíbrio entre a capacidade da aeronave e frequência para servir de alto tempo passageiros de negócios de custos."
De acordo com a Embraer, o perfil de envelhecimento da frota disponível atualmente nos países da CIS sugere a necessidade de renovação. A idade média de jatos com até 130 assentos está agora em mais de 16 anos.
Embraer e EUA se aproximam de acordo em investigações
A Embraer está perto de assinar um acordo com os Estados Unidos para facilitar e agilizar as investigações envolvendo a empresa em ambos os países. A notícia divulgada ontem (14) agradou os investidores, que viram a ação da companhia brasileiro subir 2,5% na Bovespa e ser cotada a R$14,36. Segundo analistas, a reação positiva do mercado pode ser interpretada como um apoio dos investidores à aliança entre Brasil e Estados Unidos.
Ao falar sobre a proximidade do acordo, a Embraer fez referência a investigações realizadas no Brasil ao declarar que “está buscando ultimar acordo com o Ministério Público Federal e a Comissão de Valores Mobiliárias para a resolução de alegações de descumprimento de determinadas leis brasileiras”. Até então, a empresa alegava que só respondia processos nos Estados Unidos.
Histórico
O processo de investigação teve início em solo norte-americano. Em 2010, as autoridades decidiram averiguar vendas feitas pela Embraer ao governo da República Dominicana. Na sequência, Índia, Arábia Saudita e Moçambique também entraram no radar. As autoridades brasileiras foram contatadas em paralelo.
Já em 2014, o MPF denunciou oito funcionários da Embraer por um suposto envolvimento em esquemas de suborno de autoridades da República Dominicana em troca de um contrato de US$ 92 milhões para fornecer aviões militares às forças armadas do país. Nessa ocasião, o MPF contou com o apoio do Departamento de Justiça e a SEC (Securities and Exchange Commission) dos Estados Unidos.
Recentemente, em março deste ano, o consultor de vendas Elio Moti Sonnenfeld, que alegou ter pago propinas em nome da Embraer, declarou a procuradores no Brasil acreditar que os principais executivos da empresa, incluindo o ex-presidente Frederico Curado, sabiam do esquema de suborno. Sonnenfeld disse ter recebido uma comissão de US$ 3,4 milhões da Embraer e repassou, na forma de propina, a uma autoridade na República Dominicana.
Demissões
Na última terça-feira (11), a Embraer finalizou as inscrições para o segundo Programa de Demissões Voluntárias (PDV). Ao todo, 180 colaboradores se candidataram entre os dias 6 e 11 de outubro. A companhia afirma que os casos serão analisados até hoje e que os desligamentos devem começar a partir de segunda-feira.
Embraer obtém certificado para comercializar e operar E170s e E175s na Rússia
A brasileira Embraer esta semana ampliou ainda mais seu leque de oportunidades referentes a comercialização de seus novos modelos de aeronave: o E170 e o E175. Ambos foram validados pela Federação de Aviação Russa, nessa quinta-feira (13), e estão aptos a operar regularmente sob as asas de qualquer companhia nacional.
A fabricante agora pavimenta o caminho para o inicio oficial da comercialização dos dois tipos de aeronave no espaço aéreo russo, logo depois de já marcar presença em países vizinhos, como Polônia, Finlândia e Bulgária.
“Esta certificação abre novas oportunidades para nossas duas aeronaves, que já vem tendo um sucesso significativo em outras regiões do planeta”, disse o CEO da Embraer Commercial Aviation, John Slattery. “Hoje, vemos na Rússia mais de 400 aeronaves que se encaixam na categoria de 30 a 130 assentos com uma média de idade que ultrapassa os 20 anos, que tornam-se naturais candidatos para serem substituídos já nos próximos anos. Estamos bastante confiantes que em breve poderemos ver os dois modelos voando nos céus da Rússia”.