Rodrigo Rocha e Juliana Machado
A Embraer divulgou nesta segunda-feira, na feira britânica Farnborough Airshow, as perspectivas de mercado para o segmento de jatos comerciais entre 70 e 130 assentos até 2035. Também divulgou pedidos feitos por companhias da Dinamarca, Israel e Indonésia.
A companhia estima demanda global de 6,4 mil novos jatos entre 70 e 130 assentos até 2035, movimentado valor de aproximadamente US$ 300 bilhões.
Na projeção da fabricante, serão negociados cerca de 2,3 mil unidades no segmento de 70 a 90 assentos e 4,1 mil aeronaves na categoria de 90 a 130 assentos.
“A frota global de jatos em serviço no segmento de 70 a 130 assentos aumentará de 2,67 mil aviões em operação em 2015 para 6,69 mil em 2035, sendo o crescimento mais rápido entre todos os segmentos”, afirma o comunicado da Embraer.
Segundo a fabricante, o crescimento do mercado será responsável por 63% da demanda enquanto a substituição de aeronaves antigas será responsável pelos 37% restantes.
A maior demanda deve vir da América do Norte, com 2,02 mil entregas previstas até 2035, correspondendo a uma fatia de 31%.
A Embraer afirma ainda que espera que a demanda global por transporte aéreo, medida por receita de passageiro-quilômetro (RPK, na sigla em inglês), aumente em média 4,7% ao ano até 2035, “sendo alimentada pela forte demanda doméstica nas economias avançadas e melhorias no macroambiente de algumas economias em dificuldades nos mercados emergentes”.
De acordo com a empresa, o crescimento global deve permanecer favorável ao longo dos próximos 20 anos, impulsionado por uma estratégia orientada para um crescimento disciplinado de capacidade com foco em lucro e retorno sobre o capital investido.
“Independentemente do efeito positivo óbvio no curto prazo nos balanços das companhias aéreas, o preço baixo do petróleo pode agravar o problema do excesso de capacidade, levando companhias aéreas a estimular a demanda por meio de redução de tarifas possibilitada pela redução do custo do combustível”, explica John Slattery, presidente da Embraer Aviação Comercial, no comunicado.
Dinamarca
A companhia dinamarquesa de leasing Nordic Aviation Capital (NAC) fez um pedido firme para quatro jatos do modelo E190 da Embraer, informou a brasileira em comunicado entregue à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Os novos E190 encomendados foram incluídos na carteira de pedidos firmes da Embraer do segundo trimestre deste ano e têm valor estimado de US$ 199 milhões, com base no preço de lista atual. Os novos jatos vão se juntar a outros 69 E-Jets atualmente gerenciados pela NAC globalmente.
Israel
A Embraer informou em comunicado que assinou com a companhia israelense Arkia uma carta de intenções de seis pedidos firmes de jatos E195-E2 e outros quatro direitos de compra da mesma aeronave.
Segundo a fabricante, o contrato tem valor potencial de US$ 650 milhões, se todos os direitos de compra forem exercidos, de acordo com o atual preço de lista.
A Arkia vai configurar todos os jatos de corredor único para 134 assentos. A companhia aérea opera atualmente quatro aviões da Embraer, sendo dois E190 e dois E195, e deve utilizar os novos aviões para rotas de ligação com a Europa.
Indonésia
A Kalstar Aviation, operadora regional da Indonésia, assinou um pedido firme para cinco jatos E190-E2 da Embraer. O contrato também inclui cinco direitos de compra para o mesmo modelo, elevando o potencial total do pedido para até dez aeronaves. A encomenda total, considerando os direitos de compra, tem valor estimado em US$ 582 milhões.
A transação será incluída na carteira de pedidos firmes da Embraer do terceiro trimestre deste ano e as entregas para a Kalstar estão programadas para começar no primeiro trimestre de 2020.
A nova encomenda da Kalstar eleva a carteira de pedidos firmes a entregar (“backlog”) dos E-JetsE2 para 272 pedidos firmes e mais 388 Cartas de Intenções (LOI), opções e direitos de compra, para um total de 660 compromissos de companhias aéreas e empresas de leasing.
Criada em 2007, a Kalstar Aviation tem transportado passageiros para cidades na província de Kalimantan, área conhecida pela mineração e agricultura. A companhia aérea opera atualmente um E190 e dois E195 em rotas domésticas na Indonésia.