A Embraer anunciou ontem que assinou um contrato com a United Airlines, segunda maior linha aérea dos Estados Unidos e do mundo, para a venda de 24 jatos E175. O contrato tem valor de US$ 1,08 bilhão, a preço de lista.
A encomenda, segundo a fabricante, representa uma transferência de 24 jatos E175 previamente alocados para a Republic Airways Holdings, atualmente na carteira de pedidos da Embraer, que agora serão cancelados.
Os 24 aviões para a United Airlines estão programados para ser entregues em 2017.
De acordo com a Embraer, o movimento estará refletido nos resultados da companhia do quarto trimestre de 2016, mas não terão impacto na atual carteira de pedidos da empresa.
Em 30 de setembro deste ano, no fechamento do terceiro trimestre do ano, a carteira de pedidos firmes a entregar da Embraer alcançou US$ 21,4 bilhões.
Recuperação. A transferência do contrato da Republic para a United Airlines vem em um momento de recuperação da Embraer diante de questões conturbadas. A empresa fechou o terceiro trimestre do ano com prejuízo líquido de R$ 111,4 milhões, valor 66,97% menor do que o prejuízo reportado no segundo trimestre de 2016, de R$ 337,3 milhões.
A receita líquida da companhia atingiu R$ 4,913 bilhões, entre julho e setembro, aumento de 7,34% em relação ao mesmo período do ano passado, de R$ 4,577 bilhões. Segundo a Embraer, a alta na receita se deu principalmente pelo crescimento de vendas dos segmentos de aviação comercial e na área de defesa e segurança.
Demissão. Desde o começo de outubro, depois de um PDV (Programa de Demissões Voluntárias), a empresa demitiu 1.642 trabalhadores e ainda anunciou, na semana passada, negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos para suspender, por até cinco meses, o contrato de trabalho de 2.000 pessoas em São José.
Reunião hoje pode determinar greve
Negociando em nome da Embraer, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) terá hoje nova reunião com o Sindicato dos Metalúrgicos para discutir o reajuste salarial dos trabalhadores da companhia.
A categoria ameaça greve caso a entidade não proponha um índice para aumento salarial. Até agora, a Fiesp propôs o pagamento de um abono fixo, que pode chegar a R$ 9 mil, no lugar de um reajuste salarial para os trabalhadores da Embraer e do setor aeronáutico. Em assembleias nas últimas semanas, empregados da companhia rejeitaram a proposta do abono fixo.
O sindicato defende 11% de reajuste e estabilidade no emprego. A data-base da categoria é 1º de novembro. Apenas em São José, a Embraer emprega 13 mil dos seus 17,5 mil funcionários.