Augusto Pinheiro
A fabricante brasileira de aviões Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) anunciou nesta quarta-feira (21), no Salão Internacional da Aeronáutica e do Espaço, em Paris, uma parceria tecnológica com o Centro Espacial da Alemanha (DLR, na sigla em alemão), a Nasa do país europeu.
“Trata-se de uma entidade com mais de 100 anos, é uma grande instituição de pesquisa nas áreas espacial e aeronáutica. É uma grande referência em desenvolvimento de tecnologia no nosso setor.”, disse em entrevista à RFI Brasil Daniel Moczydlower, vice-presidente de tecnologia do desenvolvimento da Embraer.
Esse novo acordo reforça colaborações pontuais que a empresa brasileira vinha realizando com o DLR desde 2001. “A ideia é que estruturemos uma visão conjunta a longo prazo, de tecnologia nas áreas de aeronáutica, aeroelasticidade e sistemas de voo. Em torno de uma agenda comum, pretendemos avançar com mais força.”
Entre as áreas específicas de pesquisa estão a redução de barulho e de emissão de poluentes, melhora da performance aerodinâmica e aeroelástica das aeronaves e aspectos de fabricação de aviões leves usando polímeros e sistemas integrados. O primeiro passo concreto da cooperação será uma pesquisa em dinâmicas de voo no segundo semestre.
“A parceria vai girar em produção de conhecimento e avanço das tecnologias de baixa maturidade. Estamos ainda em uma pesquisa aplicada, não necessariamente para um produto de hoje, mas já criando a base para que a Embraer possa ter um produto competitivo em 10, 20 anos”, completa Moczydlower.
Anúncio de vendas
Na terça-feira (20), a Embraer anunciou um total de 18 pedidos de seus aviões regionais biorreator por mais de US$ 1 bilhão.
O contrato mais importante é a compra por um cliente que não foi identificado de 10 aviões E195-E2, a um preço oficial de US$ 666 milhões.
A Embraer também fechou pedidos com quatro companhias aéreas para oito de suas biorreatores regionais.
Trata-se da japonesa Fuji Dream Airlines (três modelos E175), da bielo-russa Belavia (um E175 e um E195), da holandesa KLM Cityhopper (dois E190) e da japonesa Japan Airlines para um E190.
A Embraer também anunciou uma opção de um cliente anônimo para comprar 20 E190-E2 assim como outra opção de compra de Fuji Dream para outros três E175.
A companhia publicou suas previsões para o mercado aeronáutico até 2036, com uma demanda nesse período que avalia em 6.400 aviões de entre 70 e 130 países.