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Embraer antecipa em um ano o fim da suspensão de contratos de funcionários

Letícia Fucuchima

A Embraer antecipou o fim do acordo de lay-off – suspensão temporária de contratos de trabalho de funcionários – na fábrica em São José dos Campos (SP). O acordo estava previsto para se estender até dezembro de 2018. O programa, que foi anunciado há um ano e iniciado em janeiro de 2017, previa que 1.080 funcionários da Embraer tivessem os contratos suspensos por até cinco meses.

O lay-off foi uma resposta à redução de demanda por aeronaves sentida pela empresa no ano passado e fez parte de um acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Como o fim do programa foi antecipado em um ano, somente 350 trabalhadores tiveram, de fato, seus contratos suspensos, de acordo com informações do sindicato.

O término dos lay-offs é uma boa notícia para os trabalhadores, de acordo com os sindicalistas, que destacam o “momento positivo” vivido pela Embraer. “A empresa vive uma ótima saúde financeira e, mesmo assim, mantém os trabalhadores à margem deste cenário”, afirmou ontem o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros.

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Com os empregos garantidos, agora o objetivo do sindicato é também negociar um reajuste salarial e uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) mais altos. Os metalúrgicos estão em campanha salarial e já rejeitaram a proposta de reajuste de 1,73%.

Resultados. Essa melhora financeira ficou clara nos resultados do terceiro trimestre deste ano, divulgados no fim de outubro. A Embraer registrou m lucro líquido de R$ 351 milhões de julho a setembro, em comparação ao prejuízo de R$ 111,4 milhões no mesmo período de 2016. Na divulgação do balanço, a companhia informou que esperava cumprir todas as estimativas de entregas e de resultados para o fechamento de 2017.

É um cenário bastante diferente do vivido em 2016, quando a empresa enfrentava queda de pedidos e também custos extras relacionados ao pagamento de propinas no exterior. Inicialmente, o objetivo da fabricante de aeronaves era colocar 2 mil funcionários em lay-off, mas o número caiu praticamente à metade depois da negociação com sindicalistas.

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Em outubro de 2016, a Embraer admitiu ter montado um esquema internacional de distribuição de propinas e concordou em pagar US$ 206 milhões a autoridades dos Estados Unidos e do Brasil. As investigações apuraram o pagamento de vantagens indevidas a autoridades de países como República Dominicana, Arábia Saudita, Índia e Moçambique para garantir a escolha de aeronaves da marca em compras governamentais.

Antes de negociar a suspensão dos contratos com o sindicato, a Embraer também havia aberto um programa de demissões voluntárias (PDV), visando a obtenção de economias anuais da ordem de US$ 200 milhões – ao todo, cerca de 1,6 mil trabalhadores decidiram aderir à saída incentivada à época.

Teste. A Embraer anunciou ontem também que vai iniciar, nas próximas semanas, testes do novo jato de transporte militar KC-390 nos Estados Unidos. É mais um passo para a certificação do cargueiro. A aeronave, a maior já construída no Brasil, passou por incidente que afetou parte da carenagem externa em testes no interior de São Paulo, em outubro. Na ocasião, a Embraer informou que, apesar do problema, todos os sistemas da aeronave se comportaram conforme o esperado. As entregas do KC-90 devem começar em 2018.

COM REUTERS

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