Nota DefesaNet – Um dos pontos altos do evnto da inauguração da fábrica da HELIBRAS, em Itajubá, 02OUT12, foi anúncio do MoU paraa a compra de até 14 helicópteros EC225 versão civil do EC725. Estudos da Petrobras estimam o mercado potencial de até 100 helicópteros deste porte nas operações off shore da empresa.
Nota Helibras
A Helibras e a Líder Aviação assinaram uma carta de intenções para a compra de até 14 aeronaves de grande porte do modelo EC225, a serem fabricadas no Brasil.
Esta formalização é resultado da capacitação da Helibras para a produção do modelo EC725, destinado às Forças Armadas, que é a mesma aeronave, porém com configuração específica para uso militar.
Pelo acordo, as duas empresas vão desenvolver os detalhes do negócio até o mês de junho de 2013, para que os novos helicópteros comecem a ser produzidos entre 2014 e 2015. Isso pela necessidade de um complexo planejamento logístico, necessário para a criação de um cronograma integrado de produção que envolve a Helibras, a Eurocopter e seus diversos parceiros e fornecedores.
Os helicópteros EC225, objeto do acordo com a Líder Aviação, serão fabricados pela Helibras, em Itajubá (MG), seguindo o mesmo padrão de nacionalização da versão militar EC725, o qual exigiu a construção de uma nova fábrica, a transferência de tecnologia, treinamentos, intercâmbio de profissionais e a contratação de fornecedores brasileiros, resultando em uma aeronave que terá 50% de valor nacional agregado.
“A oferta que a Helibras deverá apresentar durante as negociações terá um grande diferencial competitivo, representado pela fabricação local do EC225, bem como a possibilidade de os operadores realizarem os treinamentos de suas equipes também aqui no Brasil, já que estamos prestes a instalar um simulador de última geração para esse modelo, no Rio de Janeiro”, explica François Arnaud, vice-presidente Comercial e de Marketing da Helibras.
A fabricante brasileira já iniciou os processos de nacionalização do EC225 junto à ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil e sua equivalente europeia EASA, o que vai garantir um certificado de produto brasileiro, com possibilidade de comercialização em todo o mundo, valorizando o produto e oferecendo maiores garantias a seus operadores.
Até hoje existem no Brasil 13 helicópteros EC225 em atividade nas operações offshore, adquiridos por operadores contratados pela Petrobrás para o transporte entre o continente e as plataformas de petróleo em alto mar.
Pelas necessidades de maior alcance e segurança exigidas pela Petrobrás nesta atividade, o EC225 se torna um dos mais indicados produtos do mercado, por causa da modernidade de seu projeto e todos os recursos e tecnologias nele embarcados – além de sua capacidade de transporte.
O EC225 é um helicóptero biturbina de grande porte certificado para transportar até 18 passageiros e 3 tripulantes. Possui 4 portas, flutuadores de emergência acionados sem redução de velocidade, botes infláveis e assentos crashworthly (absorção de impacto). Além disso, conta com piloto automático, caixa de transmissão que consegue funcionar sem lubrificação por até 30 minutos e uma elevada resistência a choques, além de suportar ondas de até 6 metros em caso de pouso no mar, dentre outros recursos.
“Todas essas exigências de capacidade de operação, segurança e maior nacionalização dos produtos, favorecem o EC225 no mercado offshore no Brasil. São preocupações cada vez maiores do governo, em todas as áreas, para incentivar a produção e desenvolvimento tecnológico local, o que reflete positivamente nas decisões de compra de operadores como a Líder Aviação, empresa que possui a maior parcela de mercado neste segmento”, completa Arnaud, referindo-se entre outros fatores, à possibilidade de utilização de linhas de financiamento especiais para aquisição das aeronaves, como o FINAME, do BNDES.
O processo de negociação da Líder Aviação com a Helibras faz parte dos planos de expansão da empresa para os próximos anos em diversos segmentos da aviação executiva, principalmente o offshore, mercado em que se destaca como maior operadora do Brasil. "Esse é o início de uma parceria que pode se desdobrar em diversas outras oportunidades futuras para promovermos juntos soluções a clientes em comum", afirma o presidente da Líder Aviação, Eduardo Vaz.