Nelson Düring
Editor-chefe DefesaNet
O Exército Brasileiro prepara-se para um novo horizonte e novos desafios. Após mais de uma década conduzindo a Missão de Paz, Operação de Estabilização do Haiti (MINUSTAH), das Nações Unidas, no Haiti desde 2004.
E uma década com grandes eventos no país, que demandaram uma preparação especial, como os: Jogos Mundiais Militares, Jogos Pan-americanos, Copa do Mundo FIFA 2014 e Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.
Ambas missões geraram um grupos de oficias e suboficiais treinados e atualizados em várias capacidades de uma Força Militar moderna.
Inclusive geraram um conceito de atuação, em especial nas Missões de Paz, a chamada “Doutrina Brasileira”.
Operação Culminating
Aproveitando este background o Exército Brasileiro, por meio das Comissões Bilaterais de Estado-Maior, elaborou junto com o Exército dos Estados Unidos um plano de cinco anos, o qual definiu as atividades de intercâmbio entre os dois Exércitos, entre os anos de 2017 e 2020. Esse plano finaliza com a execução de um exercício combinado entre o Exército Brasileiro e o Exército dos Estados Unidos, denominado Operação CULMINATING.
A Operação CULMINATING possui vários objetivos e áreas de atuação, concluindo na realização de um exercício de um batalhão de infantaria do Exército Brasileiro, enquadrado em uma brigada do Exército dos Estados Unidos da ativa, no Joint Readiness Training Center (JRTC), Fort Polk – Lousiana, no segundo semestre de 2020.
Fort Polk, localizado no estado de Lousiana, tornou-se o principal centro de treinamento das Forças Americanas da Ativa e Reserva, incluindo os Fuzileiros Navais (USMC), tropas do US Army e serviços especiais de Polícia e Homeland Security. Usando o modelo de rotação, são treinadas unidades de combate regulares e serviços como Apoio Médico. Forças Especiais também são treinadas ali.
O campo de Fort Polk é chamado de Gerônimo, e a área de treinamento “The Box”. O nome explica-se pela quantidade de sensores e monitoramento de todas as etapas do treinamento. Além de terem equipes específicas para participarem como: turba em ações de controle de tumultos, equipes de jornalismo gerando matérias contrárias, situações críticas com a população de um país fictício.
Todos os desafios que a força possa encontrar em um emprego real. E especialmente estar preparada para a mudança repentina do ambiente operacional.
Um ponto importante, é que o período de uma Rotação passou de duas para três semanas. O objetivo é de estressar e testar as tropas ao máximo, expondo-as a uma pressão física e mental continuada.
Tropas do Exército Brasileiro em operação no Haiti (MINUSTAH) Foto EB
A Preparação do EB
A preparação para o exercício é complexa, envolvendo a logística de deslocamento e apoio nos Estados Unidos, além da preparação da tropa para a realização do exercício.
O Comando de Operações Terrestres (COTER) emitiu a Portaria Nº 78, de 26 de dezembro de 2016, constituindo o Grupo de Trabalho (GT) para planejar e conduzir um Exercício de Adestramento Combinado Brasil – EUA, Operação CULMINATING.
O referido GT Grupo realizará o planejamento da seleção de pessoal; o planejamento da preparação específica para o exercício; o planejamento orçamentário para o exercício; o planejamento do transporte de pessoal e material para o exercício e o planejamento de aquisição, fornecimento de material e logística de saúde para o exercício.
O GT é liderado por um Oficial General, com representantes de várias Subchefias do Estado-Maior do Exército. Interessante é que os dois grupos operacionais entre os 13 integrantes, são a 12ª Brigada de Infantaria Leve e a Brigada de Infantaria Paraquedista, cada uma com 1 representante.
O GT deverá iniciar os trabalhos em Março de 2017, sob a orientação do Comandante de Operações Terrestres.
As atividades do Grupo de Trabalho incluem:
I – Realizar o planejamento da seleção de pessoal;
II – Realizar o planejamento da preparação específica para o exercício;
III – Realizar o planejamento orçamentário para o exercício;
IV – Realizar o planejamento do transporte de pessoal e material para o exercício; e
V – Realizar o planejamento de aquisição, fornecimento de material e logística de saúde para o exercício.
O Grupo de Planejamento trabalhará no período de 2017 a 2021, planejando, coordenando a realização e acompanhando a análise Pós-Ação da atividade.
Ano |
Cronograma Atividades |
2016/2017 |
Realização do planejamento do preparo e da logística para as atividades |
2018/2019 |
Realização da capacitação dos oficiais e sargentos observadores, controlador e avaliadores (OCA) e conclusão da preparação logística |
2019 |
Organização da a OM e realizada a preparação específica para o exercício |
2020 |
Conclusão da preparação e participação do exercício 2º Sem 2020 |
2021 |
Análise pós-ação da atividade como um todo e planejamento dos próximos passos de intercâmbio |
Os objetivos e Oportunidades
O deslocamento de um batalhão que será formado para os Estados Unidos inclui um esforço de logística expressivo. Dependendo da constituição do Batalhão de Infantaria pode incluir de 300 a 500 homens.
Treinar e estar apto a operar em condições simuladas, próximas do real, exigirá uma preparação especial em vários campos, incluindo a linguística.
Há possibilidade de que o deslocamento do Batalha seja feito já em aeronaves EMBRAER KC-390, que começarão a ser incorporados à FAB, em 2018.
Em termos históricos seria Interessante que o Batalhão de Infantaria do Exército Brasileiro, na Operação Culminating, atuasse junto com a tropa de elite, a 10ª Divisão de Montanha. Grande unidade que recebeu a Divisão da Forças Expedicionária Brasileira (FEB), na campanha da Itália, na 2ª Guerra Mundial.
Em comunicação do Centro de Comunicação Social do Exército para a realização desta matéria DefesaNet foi informada que:
“Um dos objetivos do exercício é capacitar o Exército Brasileiro a mandar uma Força Expedicionária em uma operação conjunta.”
Sem dúvida será o início de uma nova fase para o Exército Brasileiro.
Ação do 1º Grupo de Combate da 82ª Divisão Aerotransportada. A ação se passa em um país imaginário chamado CORGAS.