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EB moderniza frota de viaturas blindadas com o Projeto Guarani

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Santiago Wills
 

O Exército Brasileiro está ampliando sua frota de viaturas como parte do Projeto Guarani, uma iniciativa fundamental que busca modernizar os veículos para as divisões de Cavalaria e Infantaria Mecanizada.

“O Projeto Guarani é a principal iniciativa do Exército Brasileiro”, disse o Coronel Henrique Ruffo, gerente do Projeto Guarani, durante uma apresentação na Quarta Conferência Anual de Veículos Blindados da América Latina em Bogotá, Colômbia, em 1 de julho. “Finalizaremos [o projeto] dentro de 20 anos.”

Os militares lançaram o projeto após determinar que precisavam modernizar sua frota de viaturas blindadas – uma análise que começou em 1999 com a investigação dos requisitos operacionais básicos para substituir a frota de 30 anos dos veículos blindados brasileiros Urutu e Cascavel.

Testes extensos

Com o Projeto Guarani, o Exército construirá pelo menos sete tipos de viaturas blindadas, incluindo diversas variantes de tração 6×6, 4×4 e 8×8, de acordo com o Coronel Ruffo.

A decisão vem após o teste de mais de 300 exigências técnicas e operacionais na Itália, Alemanha e Brasil; a pedido das Forças Armadas, fabricantes desses países avaliaram as viaturas quanto às suas capacidades anfíbias, manobras em diferentes tipos de terreno, capacidade de milhagem (quilômetros por litro) e sistemas de risco de incêndio. Os militares brasileiros também mobilizaram o Guarani nas favelas do Rio para a pacificação; no Mato Grosso do Sul, para proteção fronteiriça; e no Paraná, onde o 15o Batalhão de Infantaria Motorizada os utiliza para missões de manutenção da paz e luta contra o crime organizado.

“Com o Guarani, a infantaria mecanizada pode manobrar mais rápido e com maior profundidade”, diz o Coronel Ruffo. “As viaturas podem combater com um alto grau de segurança e com um poder de fogo que pode responder a qualquer ameaça.”

Começa a produção

Após os testes, o governo brasileiro assinou em dezembro de 2009 um acordo de 20 anos no valor de US$ 3,4 bilhões com a Iveco para o desenvolvimento e a produção de 2.044 Viaturas Blindadas para Transporte de Tropa Média de Rodas Guarani (VBTP-MR) em território brasileiro. Mais de 100 fornecedores brasileiros estão diretamente envolvidos no esforço.

Desde então, a Iveco começou a entregar os veículos: 86 viaturas blindadas Guarani VBTP-MRs 6×6 em dezembro de 2012, e outras 102 viaturas 6×6 em junho de 2015. Cada uma é projetada para transportar 11 passageiros usando um motor diesel Iveco de 383 cavalos-vapor produzido no Brasil com transmissão automática de seis velocidades e suspensão hidropneumática independente em cada roda. O VBTP-MR tem um desenho modular capaz de utilizar uma variedade de sistemas de armamementos, desde torres manuais e automáticas para proteção a pequena distância até sistemas de armamento remoto REMAX (Reparo de Metralhadora Automatizada X), um componente flexível que pode ser adaptado para cartuchos 7,62 x 51mm OTAN, munição para metralhadora .50 Browning e lançadores de granada.

No final de 2015, o Exército Brasileiro escolherá um desenvolvedor para a VBMT-LR 4×4 (Viatura Blindada Multitarefa – Leve de Rodas), que, assim como a 6×6, será montada e produzida no Brasil. Os militares encomendarão pelo menos 186 veículos desse tipo, segundo o Major Cardoso Brites. Um plano semelhante de cerca de 13 Guarani 8×8 também está sendo considerado. As viaturas blindadas Guarani 4×4 e 8×8 são projetadas para complementar e expandir as capacidades operacionais do Exército.

Nesse sentido, o Brasil está desenvolvendo vários tipos de sistemas de armamentos, incluindo mísseis antitanques guiados por laser para os 4×4, e canhões autopropulsados de 105 mm para a destruição de alvos de alto valor para os 8×8. O Exército também prepara ambulâncias, posto de comando, morteiros e variantes de reparação e recuperação para a família Guarani.

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